18 de abr. de 2012

MINHAS MÃOS



Tava escutando o rádio na cozinha enquanto passava o café, quando a locutora começou a ler uma mensagem publicitária de um centro clínico aqui da cidade - aquele que fala no rádio todo o dia de manhã pra lembrar a gente dos horrores que nos esperam se ousarmos não visitar um médico regularmente -; enfim, o texto de hoje era sobre os tratamentos anti-envelhecimento para as mãos.
 
Tratamentos? Aquilo mais parece arsenal de guerra: ácidos, laser, esfoliação, preenchimento, clareadores... um arsenal químico pior que aquele que a OTAN jurou de pé junto que o Saddam tinha no Iraque e que mais de uma década depois ainda não encontrou.
 
Sei não... olhei pras minhas mãos. Estão comigo há tanto tempo, têm tantas habilidades, são tão fortes e frágeis ao mesmo tempo... mais que isso: minhas mãos são o testemunho de tudo que fiz, de tudo por que passei... e estão em tudo que faço: são meus instrumentos de trabalho, de lazer e de comunicação.
 
Nah... deixo minhas mãozinhas como estão: envelhecendo com dignidade, no mesmo ritmo que eu.
 
p.s.: sobre "passar café", café de cafeteira pra mim é "chafé".
 
(foto de Neil de la Flor)

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