3 de set. de 2012

OS SUTRAS DE TETSUGEN


Em meados do século VXII, o zen começava a se espalhar pelo Japão.
 
Um de seus primeiros devotos, o mestre Tetsugen Dõkõ da escola Õbaku, decidiu que era necessário prover os mosteiros com uma edição dos sutras em japonês.
 
Para isso estimou serem precisos 7 mil exemplares.
 
Para dar uma idéia da enormidade da tarefa, a técnica de impressão disponível na época era a xilogravura (para os japoneses, Ukiyo-e), ou a impressão manual a partir de blocos de madeira entalhados também à mão.
 
Tetsugen pôs-se a peregrinar pelo país coletando doações.
 
Dez anos se passaram até que chegasse à quantia necessária para começar os trabalhos.
 
Sucedeu-se, no entanto, uma enchente histórica do rio Uji e, em seu rastro, a fome.
 
Tetsugen gastou todos fundos acumulados para a impressão dos sutras para ajudar as vítimas, recomeçando imediatamente após o desastre a coleta de donativos.
 
Vários anos depois, uma epidemia assolou o país. Outra vez Tetsugen doou o que havia coletado para ajudar as pessoas.
 
E pela terceira vez retomou o trabalho de coletar fundos para a impressão dos sutras.  Passados vinte anos finalmente seu desejo foi realizado.
 
Em 1681, os sutras de Tetsugen - uma obra de cerca de 60 mil peças -, tiveram sua primeira impressão.
 
Ela pode ser vista até hoje no mosteiro de Õbaku, em Kyoto.
 
Os japoneses costumam contar a seus filhos que Tetsugen fez três impressões dos sutras, e que as duas versões invisíveis superam em beleza a versão impressa.
 
BOM DIA, BOA SEGUNDA E UMA SEMANA ILUMINADA A TODOS!!!
 
(Foto: ateliê de Ukiyo-e em Tsukuba, Japão © 2005 David Monniaux)

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