É a moda "true size", e veio pra ficar.
26 de jan. de 2010
ESSA MODA VAI PEGAR
É a moda "true size", e veio pra ficar.
15 de jan. de 2010
O EXEMPLO DO "SEU" SILAS
5 de jan. de 2010
OUTROS VERANEIOS
Todo começo de ano é a mesma coisa: a corrida histérica pelos presentes de Natal, a corrida histérica pela melhor festa de reveillon e, na sequência, a corrida histérica pelo melhor lugar na praia.
Ah, a praia... a praia da minha infância era um amontoado de chalés de madeira dispersos entre os dois braços mortos e as dunas que se estendiam até a faixa preta (hoje av. Paraguassú), ligados por vias precariamente pavimentadas, quando não meras trilhas de areal. Qualquer chuvinha mais metida a besta nos deixava literalmente ilhados, fazendo da carroça do padeiro nossa única ligação com o mundo exterior.
A praia de minha infância tinha dois ritmos: da manhã de segunda ao anoitecer de sexta-feira, a praia era povoada por mulheres e crianças e o cardápio era o mesmo da cidade: arroz, feijão, bife, guisadinho, pastel, rosbife, salada e por aí vai. Depois das oito da noite pela rua só passava gato ou algum salva-vida indo visitar a namorada - era tradição que as empregadas namorassem os salva-vidas, por isso a praia era delas à tarde, mas chego nisso depois.
Ao anoitecer de sexta-feira, a criançada se amontoava nas frentes das casas esperando despontarem os faróis anunciando a chegada dos pais. E ainda da noite de sexta até o finalzinho da tarde de domingo toda a praia cheiraria e churrasco e peixe assado. Durante essas três noites o toque de recolher era suspenso e se podia ouvir música e conversas altas até por volta da meia noite. A pequena boate fazia até uma matiné especial pras crianças nas tardes de sábado.
Ao anoitecer de domingo a maioria dos pais pegava a estrada. Como os restantes partiriam logo ao amanhecer, os domingos acabavam cedo, aí pelas nove da noite.
Como a maioria das famílias, éramos regidos pelo ritmo das mulheres de segunda a sexta, mas havia a minha avó, que às cinco e meia religiosamente, acordava e independente do tempo vestia o maiô e começava o ritual do chimarrão batendo as chinelas de "matéria" pra lá e pra cá pela varanda que circundava a casa até que alguma alma desse sinal de vida - o que acabava acontecendo sempre aí pelas sete horas quando começava a função do café da manhã.
Mas antes do café da manhã, tinha o ritual de espiar pelas frestas das venezianas ainda cerradas. Se tivesse sol, corríamos a vestir os maiôs; se não, de volta pra cama.
Às oito, devidamente alimentados e inspecionados nos perfilávamos pra percorrer o longo e acidentado caminho que nos levava ao mar abarrotados com cadeiras, esteiras, toalhas, bolas, pás baldes e outros brinquedos - por medo dos afogamentos, o uso das planondas era proibido para nós.
A primeira parte da caminhada se dava escorregando as havaianas pelas festas das pedras mal assentadas do calçamento. Sábia, minha avó caminhava rente ao meio-fio nivelado pela areia empurrada pelos veículos.
Vencida essa etapa, ingressávamos nos brejos do Braço Morto levantando nuvens de mosquitos à nossa passagem. E vá batendo toalhas e camisetas contra as pernas. A essa altura nós, as crianças de então, já seguíamos mais de uma centena de metros à frente das mulheres na mesma corrida de sempre pra ver quem galgava primeiro as dunas, o último obstáculo a superar.
E era só lá, do alto das dunas, que acabava o suspense, e a imensidão revelava seu humor para além de onde a vista alcançava. Via de regra era cinzento e carrancudo rugindo e saltando ameaçadoramente.
Mas havia os raros dias em que se estendia placidamente tingido de azul-esmeralda listrado por gentis marolas brancas.
Algumas poucas famílias como a nossa convergiam para aquele santuário carregando baldes, bolas, toalhas, esteiras, raquetes, guarda-sóis e caixas de isopor contendo bebidas e um lanchinho. Com cada família no seu nicho, sobrava uma enormidade de espaço pra jogar frescobol, futebol, vôlei, pegar jacaré de olhos fechados ou mesmo correr com os cachorros pra lá e pra cá - sim, porque cachorro também podia desfrutar do mar na minha infância e a minha Dolly era uma assídua frequentadora das areias do Imbé.
E assim se arrastavam as manhãs como as sombras pelo chão até que as mães dessem o toque de recolher - sempre ao meio-dia, quando faltava espaço à sombra dos guarda-sóis.
E lá íamos nós saltitando e afundando até os joelhos nas areias escaldantes duna acima e duna abaixo até alcançar o alívio do manguezal protegidos dos mosquitos pela grossa camada de areia a recobrir nossas canelas. Carregadas no colo, as crianças pequenas via de regra já dormiam a essa altura acrescentando um peso extra às mães já abarrotadas pela traquitanda que carregavam todo o dia pra lá e pra cá.
À visão do topo do telhado de nosso chalé, começava a corrida pelo chuveiro. E toca tomar banho, tirar o sal dos cabelos, se vestir e sentar à mesa com a barriga já roncando pelas costas, esperando enquanto a mãe esperava a vó tomar banho pra aí então dar banho no nenê e depois tomar banho também pra só então sentar à mesa dando largada à terceira corrida do dia.
Findo o almoço, toque de recolher até as três da tarde e ai de quem fizesse um barulhinho sequer. Enquanto cerravam-se as venezianas da casa, nos reuníamos num canto do avarandado jogando pif-paf. O clip-clop bucólico da carroça do padeiro encerrava aquele estado de sítio. Aí pelas quatro da tarde, depois do café, estávamos livres pra correr e gritar como crianças normais.
Pedalando pelas ruas testemunhávamos a marcha das empregadas para encontrar os salva-vidas à beira-mar.
As poucas crianças que se juntavam à procissão eram instruídas a se manterem longe das águas: nas horas seguintes os olhos dos salva-vidas estariam em todos os lugares, menos no mar.
Dispersos, nos divertíamos jogando bola ou simplesmente pedalando nossas monaretas pra lá e pra cá até que as mães começassem a nos chamar aos gritos das portas das casas para o jantar.
Aos finais de semana essa rotina se alterava um pouco. Enquanto nos sábados o que mudava basicamente era o cardápio e a inclusão da pescaria nas atividades vespertinas, aos domingos grande parte das famílias estendia a manhã à beira-mar até por volta das três da tarde. Por isso aos domingos a praia cheirava a churrasco das onze da manhã até por volta das seis da tarde.
Naquele tempo, as férias eram um período sabático de sossego e felicidade, da mais pura alegria de viver.
O mesmo Imbé simples e bucólico de outrora, hoje povoa as páginas policiais com atropelamentos, tentativas de linchamentos, roubos, assaltos, bondes e espancamentos.
Sossego não existe mais nem se nos trancafiarmos dentro de casa: durante o dia somos invadidos pelo alarido das pessoas e carros trafegando sem destino de um lado para o outro aos berros e com o som a mil. À noite, a mesma coisa. Qualquer lugar onde se pretenda ir está tomado de gente, é um mar de gente nos impondo a desagradável visão de seus pelos e gorduras expostos pelas exíguas sungas e fios dentais mesmo dentro das farmácias, bancos e supermercados.
E é uma gente grossa, barulhenta e mal-educada; uma gente que não entende a diferença entre liberdade e libertinagem, agindo como se a praia fosse a casa da mãe Joana onde se pode tudo que se quer - e Deus sabe que não há limites para a estupidez do querer humano e para o rastro de sujeira e devastação que vai deixando ao passar.
É uma gente feia por dentro e por fora, cujo único talento na vida é fazer de um paraíso um lugar infernal.
4 de jan. de 2010
ELE ERA O CARA
Estudou para médico, mas ganhou a vida como jornalista; e como jornalista sagrou-se barão:
Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve
O episódio a que Aparício se refere é o acordo entre os getulistas que subiam o país do RS para o Rio, e as tropas fiéis a Washington Luís e à Aliança Liberal; que teria evitado a "batalha mais sangrenta da América do Sul" na cidade de Itararé (fronteira entre SP e PR) onde deveriam se encontrar.
Mas a parte mais genial do grande "Barão" são as frases de efeito. Pra não me estender muito - até porque quem quiser saber mais que use o Google -; seguem algumas périolas:
- De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
- Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa.
- Dize-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
- Quando pobre come frango, um dos dois está doente.
- Cleptomaníaco: ladrão rico. Gatuno: cleptomaníaco pobre.
- Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.
- Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
- O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
- Urçamento é uma conta que se faz para saveire como debemos aplicaire o dinheiro que já gastamos.
- O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
- Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
- Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.
- Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.
- A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
- Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
- A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
- Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.
- O casamento é uma tragédia em dois atos: um civil e um religioso.
- Com as crianças é necessário ser psicólogo. Quando uma criança chora, é porque quer balas. Quando não chora, também.
19 de out. de 2009
VALEU, FOGAÇA!

Eu juro que ia deixar passar batido, porque ultimamente ando num azedume aqui neste blog que nem eu me aturo mais... mas não dá. Passei o fim de semana com esse grito entalado na goela e não tem jeito, vou ter que abrir as tramelas e reclamar:
PÔ, FOGAÇA, PRECISAVA AINDA DAR DESCONTO NO ISSQN PRAS EMPRESAS DE TELEMARKETING???!!!
15 de out. de 2009
QUAL É?
Honestamente, não entendo a polêmica que o vídeo acima está causando. Por conta dessas imagens tem gente tachando os australianos de doentes pervertidos e por aí a fora. Particularmente porque a corrida se chama Midget Race, ou "corrida de anões"; porque dar nome aos bois é politicamente incorreto. Politicamente correto é a hipocrisia de chamar os anões de little people, pessoas pequenas.
Esse tipo de doença mental se explica nos EUA, a terra da Lei da Gota de Sangue, para a qual uma gota de sangue negro basta para tornar uma pessoa negra aos olhos da lei - lá não existem mulatos, não há o pardo, o meio-termo. Porque a mentalidade deles é fascista; porque não tolera o diferente, uma sociedade que desde o berço enlata seus cidadãos num padrão ideológico único incontestável e inquestionável, punindo com o ostracismo quem ousar se desviar desse padrão e ainda incentivando seus cidadãos a fiscalizarem ativamente a vida de seus vizinhos recompensando a paranóia com honras ao mérito. Uma sociedade onde uma menina de 14 anos pode ser expulsa da escola por levar uma faca pra cortar seu bolo de aniversário.
Pelamordedeus não vamos nos deixar contaminar por essa doença horrorosa. Continuemos dando nomes aos bois e vamos parar de querer reinventar a roda cada vez que algum psicólogo ou pedagogo tapado meter a boca num microfone.
Pra encerrar, tudo há pra ver no vídeo são três anões montando galhardamente três paspalhos grandalhões fazendo as vezes de cavalos.
9 de out. de 2009
MOLECAGEM
ÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!! - exclama a multidão.
CUMÉQUIÉ?! - engasgo no primeiro café do dia.
Mas é verdade:
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, venceu o prêmio Nobel da Paz por seus esforços para reduzir os estoques de armas nucleares e por seu trabalho pela paz mundial. Primeiro presidente americano de origem africana, Obama também trabalhou para reiniciar o estagnado processo de paz no Oriente Médio desde que assumiu o cargo, em janeiro deste ano.
Então tá. Isso aí. Nobel da Paz pro cara do botão vermelho, esse que vive sentado num arsenal capaz de pulverizar o planeta em segundos; o cara que comanda o maior exército do planeta, presidente de um país que não sabe o que é a paz há quase 50 anos e que, finalmente, quer porque quer aumentar o contingente yankee no Afeganistão e que, não fosse a bomba atômica, de quebra mandava ver no Paquistão também.
Porque não escancararam de vez e deram o Nobel pro Bibi? (aquele mesmo, o Benjamim-toca-fogo-nos-palestinos).
Ah, mas o Barak é negrinho... Sinceramente, meu pézinho da senzala (aquele que todos nós brasileiros temos) tá fervendo.
Depois vêm reclamar que a criançada não tem respeito por mais nada... E cadê o exemplo?