Vamos ficar ricos? É facinho, facinho...
Primeiro, a gente monta uma banquinha no mercado e se oferece pra guardar o dinheiro pras outras pessoas - sabe como é, é complicado andar por aí com os bolsos cheios com tanto assalto e tudo o mais...
Aí, a gente pega esse dinheiro e começa a apostar por aí: aposta se o preço do açúcar vai subir ou não, aposta se o café vai vender mais, aposta de o preço da gasolina vai duplicar... vai jogando. Quanto maior o azarão, mais a banca paga de volta: apostar que um montão de gente vai financiar a casa própria se as prestações couberem no orçamento mesmo que os juros vão aumentando até o ponto em que as prestações já não caibam mais no orçamento, por exemplo, paga muito mais que apostar que a Petrobrás vai ter muito lucro ano que vem; já que o contraria o mínimo bom senso.
Nesse meio tempo, pra impedir que as pessoas que deram o dinheiro pra gente guardar tirem o dinheiro todo assim de uma vez (já que esse dinheiro não está mesmo nos nossos cofres, mas nas bancas de apostas espalhadas por aí), a gente cria algumas regrinhas, pra complicar: tem que avisar dias antes de sacar, tem que pagar uma taxa cada vez que for mexer no dinheiro, etc... isso tudo para a própria segurança dos nossos clientes; ao mesmo tempo que cria certas "facilidades" como um cartão plástico que elas podem usar ao invés de dinheiro, ou um bloquinho que elas podem preencher pra pagar contas - e se cobra uma taxinha por isso, é claro: lembre que sempre é preciso cobrar, porque, afinal, dinheiro não sai de graça.
E continuemos jogando, e apostando cada vez mais alto: quanto mais alto e arriscado apostar, mais a gente ganha pra gastar em carros, aviões, barcos, mansões, férias na europa, e fotos nas colunas sociais - quanto mais disso tiver, mais "credibilidade" a gente ganha com as pessoas que botam o dinheiro no cofrinho pra gente "cuidar".
É preciso lembrar também de cuidar das nossas "instalações": erguer prédios enormes com um baita logotipo na fachada (de mármore, de preferência) e pinturas e obras de arte bem caras espalhadas por todos os cantos; contratar uma legião de gente "séria" e bem vestida, fazer muita, mas muita propaganda e merchandising, apoiando eventos culturais e esportivos - tudo isso com o dinheiro que nos deram pra guardar, porque os lucros que auferirmos, a gente vai guardando num outro cofrinho especial, bem guardadinho, de preferência na Suíça. Com esse dinheiro, a gente não aposta nunca, ok? É importante lembrar que só se joga com o dinheiro dos outros, nunca o nosso.
Oooops, não deu o azarão? A safra de café foi recorde e o preço baixou? As pessoas deixaram de pagar as prestações e agora as financiadoras não têm dinheiro nem pro cafezinho?
Não esquenta: a gente chama os outros banqueiros e os amigos da imprensa. Se todo mundo gritar bem alto e juntinho, os governos correm a tapar os buracos com o dinheiro dos impostos que as pessoas pagam - como a gente paga muito pouco não está nem aí.
Aí é só botar as barbas de molho por um mês ou dois, fingindo que estamos fazendo a lição de casa; que logo que a poeira baixar volta tudo a ser do jeito que era antes e a gente pode de novo apostar no azarão, com a certeza que vai sempre sair rindo e com alguns milhões e mais pra acumular bem guardadinhos na Suíça.
Primeiro, a gente monta uma banquinha no mercado e se oferece pra guardar o dinheiro pras outras pessoas - sabe como é, é complicado andar por aí com os bolsos cheios com tanto assalto e tudo o mais...
Aí, a gente pega esse dinheiro e começa a apostar por aí: aposta se o preço do açúcar vai subir ou não, aposta se o café vai vender mais, aposta de o preço da gasolina vai duplicar... vai jogando. Quanto maior o azarão, mais a banca paga de volta: apostar que um montão de gente vai financiar a casa própria se as prestações couberem no orçamento mesmo que os juros vão aumentando até o ponto em que as prestações já não caibam mais no orçamento, por exemplo, paga muito mais que apostar que a Petrobrás vai ter muito lucro ano que vem; já que o contraria o mínimo bom senso.
Nesse meio tempo, pra impedir que as pessoas que deram o dinheiro pra gente guardar tirem o dinheiro todo assim de uma vez (já que esse dinheiro não está mesmo nos nossos cofres, mas nas bancas de apostas espalhadas por aí), a gente cria algumas regrinhas, pra complicar: tem que avisar dias antes de sacar, tem que pagar uma taxa cada vez que for mexer no dinheiro, etc... isso tudo para a própria segurança dos nossos clientes; ao mesmo tempo que cria certas "facilidades" como um cartão plástico que elas podem usar ao invés de dinheiro, ou um bloquinho que elas podem preencher pra pagar contas - e se cobra uma taxinha por isso, é claro: lembre que sempre é preciso cobrar, porque, afinal, dinheiro não sai de graça.
E continuemos jogando, e apostando cada vez mais alto: quanto mais alto e arriscado apostar, mais a gente ganha pra gastar em carros, aviões, barcos, mansões, férias na europa, e fotos nas colunas sociais - quanto mais disso tiver, mais "credibilidade" a gente ganha com as pessoas que botam o dinheiro no cofrinho pra gente "cuidar".
É preciso lembrar também de cuidar das nossas "instalações": erguer prédios enormes com um baita logotipo na fachada (de mármore, de preferência) e pinturas e obras de arte bem caras espalhadas por todos os cantos; contratar uma legião de gente "séria" e bem vestida, fazer muita, mas muita propaganda e merchandising, apoiando eventos culturais e esportivos - tudo isso com o dinheiro que nos deram pra guardar, porque os lucros que auferirmos, a gente vai guardando num outro cofrinho especial, bem guardadinho, de preferência na Suíça. Com esse dinheiro, a gente não aposta nunca, ok? É importante lembrar que só se joga com o dinheiro dos outros, nunca o nosso.
Oooops, não deu o azarão? A safra de café foi recorde e o preço baixou? As pessoas deixaram de pagar as prestações e agora as financiadoras não têm dinheiro nem pro cafezinho?
Não esquenta: a gente chama os outros banqueiros e os amigos da imprensa. Se todo mundo gritar bem alto e juntinho, os governos correm a tapar os buracos com o dinheiro dos impostos que as pessoas pagam - como a gente paga muito pouco não está nem aí.
Aí é só botar as barbas de molho por um mês ou dois, fingindo que estamos fazendo a lição de casa; que logo que a poeira baixar volta tudo a ser do jeito que era antes e a gente pode de novo apostar no azarão, com a certeza que vai sempre sair rindo e com alguns milhões e mais pra acumular bem guardadinhos na Suíça.
Estava pesquisando sobre o sistema financeiro internacional e parei aqui por acaso. Parabéns!! Um exemplo simples como esse, tirada de uma simulação, é a melhor forma de entrar na nossa cachola sobre o que é essa engrenagem perversa sob a qual estamos submetidos.
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