Saiu no El Pais: estudo lança bases para se concluir que pessoas que se assustam mais facilmente são predispostas a sentimentos patrióticos exacerbados e belicistas, à defesa da pena de morte, à proibição do aborto, dos casamentos gays e do sexo pré-conjugal; opondo-se à imigração e integração racial ao mesmo tempo que defendem as revistas sem autorização judicial, a pena de morte, a Lei do Patriotismo, a obediência, a oração na escola e a verdade da Bíblia.
O estudo foi desenvolvido pelo Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Nebraska em Lincoln, consistindo numa amostragem de 46 indivíduos com "fortes convicções políticas" tanto à dita "esquerda" como à "direita". Na entrevista, eles discorreram sobre suas opiniões quanto à imigração, ajuda externa, controle de armamentos e outras questões políticas.
Dois meses depois, foram convocados para participar de uma bateria de testes. Os pesquisadores aplicaram em cada voluntário equipamentos de medição para analisar o suor, os movimentos oculares súbitos e outros sinais de ansiedade e reações repentinas. Em seguida, submeteram às "cobaias" 33 fotografias e uma série de ruídos ambientais variando do agradável ao assustador.
Enquanto o grupo dos "liberais" mostrou reações emocionais dentro do limite da normalidade aos sons e imagens mais negativos, o grupo dos "conservadores" reagiu com medo e ansiedade notáveis.
Outros estudos já apontavam no sentido de uma correlação entre a biologia e as convicções e crenças das pessoas, desde que a ciência descobriu que ambas (medo e atitude política) são controladas pela mesma estrutura cerebral - a amígdala.
Pessoas mais propensas ao medo, também tendem a ser as mais preocupadas em proteger os interesses de seu grupo social, seja contra inimigos externos ou criminosos internos.
Não é à toa que a humanidade parece caminhar a largos passos rumo a uma nova forma de totalitarismo: vivemos com medo da criminalidade, das ameaças internas e externas, da falência, da pobreza, da doença, do envelhecimento, da morte.
Atentos a isso e aos avanços científicos, governos e conglomerados pelo mundo a fora (particularmente em países do primeiro mundo) usam e abusam desses medos pra sancionar produtos e medidas fascistas às quais o rebanho aterrorizado adere aliviado pela ilusão de que, de alguma forma, o Grande Irmão os irá proteger das ameaças diretas, enquanto o Deus Consumo os há de abençoar com a paz e a plenitude antes buscadas (e obviamente não encontradas) nas religiões.
Ledo engano. O poder busca mais poder, e o capital busca mais capital. O indivíduo sadio e feliz é o inimigo número 1 dos fascistas e capitalistas de plantão, porque ele não abre mão de sua liberdade, de sua privacidade, soberania e capacidade de manipular o próprio destino para alcançar a felicidade e a paz de espírito pelo auto-conhecimento e pela realização pessoal pela caridade e solidariedade.
O indivíduo sadio e feliz não tem medo da mudança, não teme as sombras da incerteza e está aberto ao novo, ao desconhecido. Ele nos tirou das cavernas, nos lançou ao espaço e relevou as profundezas de nossas almas. Criou a arte e disseminou a beleza.
O indivíduo temeroso tem ojeriza à mudança, à incerteza, ao novo, ao desconhecido. Ele criou as armas, a suspeita, a espionagem, a tortura, a discriminação, as guerras, a destruição; criou o próprio sistema econômico que nos sujeita a uma vida de escravidão pela idílica perspectiva de um futuro cujos "privilégios" atingimos - quando e se atingimos - com pouca ou nenhuma saúde física e mental para gozar; e a ilusão de "segurança", quando, na verdade, a acumulação gera mais insegurança, mais medo, mais destruição.
Se há uma base biológica para o medo, há uma atitude psicológica para lidar com ele. Ninguém que nasceu com a predisposição ao medo (e quem vos fala sofreu de terror noturno por praticamente toda a infância) está condenado a viver com medo. Superar esse medo instintivo é uma das lições primordiais que deveríamos aprender na infância.
Falhar nessa prova tem reflexos duradouros não só em nós como indivíduos, mas na sociedade como um todo. A recorrência de bilhões de indivíduos ditos adultos presas do medo instintivo em pleno século XXI é um reflexo da falta de amadurecimento que está nos lançando na contra-mão da evolução científica da qual tanto nos orgulhamos.
Onde vamos parar? Arme uma criança de 6 anos até os dentes e veja o que acontece.
O estudo foi desenvolvido pelo Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Nebraska em Lincoln, consistindo numa amostragem de 46 indivíduos com "fortes convicções políticas" tanto à dita "esquerda" como à "direita". Na entrevista, eles discorreram sobre suas opiniões quanto à imigração, ajuda externa, controle de armamentos e outras questões políticas.
Dois meses depois, foram convocados para participar de uma bateria de testes. Os pesquisadores aplicaram em cada voluntário equipamentos de medição para analisar o suor, os movimentos oculares súbitos e outros sinais de ansiedade e reações repentinas. Em seguida, submeteram às "cobaias" 33 fotografias e uma série de ruídos ambientais variando do agradável ao assustador.
Enquanto o grupo dos "liberais" mostrou reações emocionais dentro do limite da normalidade aos sons e imagens mais negativos, o grupo dos "conservadores" reagiu com medo e ansiedade notáveis.
Outros estudos já apontavam no sentido de uma correlação entre a biologia e as convicções e crenças das pessoas, desde que a ciência descobriu que ambas (medo e atitude política) são controladas pela mesma estrutura cerebral - a amígdala.
Pessoas mais propensas ao medo, também tendem a ser as mais preocupadas em proteger os interesses de seu grupo social, seja contra inimigos externos ou criminosos internos.
Não é à toa que a humanidade parece caminhar a largos passos rumo a uma nova forma de totalitarismo: vivemos com medo da criminalidade, das ameaças internas e externas, da falência, da pobreza, da doença, do envelhecimento, da morte.
Atentos a isso e aos avanços científicos, governos e conglomerados pelo mundo a fora (particularmente em países do primeiro mundo) usam e abusam desses medos pra sancionar produtos e medidas fascistas às quais o rebanho aterrorizado adere aliviado pela ilusão de que, de alguma forma, o Grande Irmão os irá proteger das ameaças diretas, enquanto o Deus Consumo os há de abençoar com a paz e a plenitude antes buscadas (e obviamente não encontradas) nas religiões.
Ledo engano. O poder busca mais poder, e o capital busca mais capital. O indivíduo sadio e feliz é o inimigo número 1 dos fascistas e capitalistas de plantão, porque ele não abre mão de sua liberdade, de sua privacidade, soberania e capacidade de manipular o próprio destino para alcançar a felicidade e a paz de espírito pelo auto-conhecimento e pela realização pessoal pela caridade e solidariedade.
O indivíduo sadio e feliz não tem medo da mudança, não teme as sombras da incerteza e está aberto ao novo, ao desconhecido. Ele nos tirou das cavernas, nos lançou ao espaço e relevou as profundezas de nossas almas. Criou a arte e disseminou a beleza.
O indivíduo temeroso tem ojeriza à mudança, à incerteza, ao novo, ao desconhecido. Ele criou as armas, a suspeita, a espionagem, a tortura, a discriminação, as guerras, a destruição; criou o próprio sistema econômico que nos sujeita a uma vida de escravidão pela idílica perspectiva de um futuro cujos "privilégios" atingimos - quando e se atingimos - com pouca ou nenhuma saúde física e mental para gozar; e a ilusão de "segurança", quando, na verdade, a acumulação gera mais insegurança, mais medo, mais destruição.
Se há uma base biológica para o medo, há uma atitude psicológica para lidar com ele. Ninguém que nasceu com a predisposição ao medo (e quem vos fala sofreu de terror noturno por praticamente toda a infância) está condenado a viver com medo. Superar esse medo instintivo é uma das lições primordiais que deveríamos aprender na infância.
Falhar nessa prova tem reflexos duradouros não só em nós como indivíduos, mas na sociedade como um todo. A recorrência de bilhões de indivíduos ditos adultos presas do medo instintivo em pleno século XXI é um reflexo da falta de amadurecimento que está nos lançando na contra-mão da evolução científica da qual tanto nos orgulhamos.
Onde vamos parar? Arme uma criança de 6 anos até os dentes e veja o que acontece.
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