As Ilhas Maldivas estão sendo engolidas pelo mar. A coisa é séria. Tão séria que o país já criou um fundo para a compra de terras em estados vizinhos para ir aos poucos movendo sua população, o que vem fazendo muito jurista coçar a cabeça pelo mundo a fora - particularmente na Índia, Sri Lanka e Chagos, seus vizinhos imediatos.
Pra quem não sabe, a República das Maldivas é constituída por um arquipélago de 26 atóis e 1.200 ilhas. Rodeada de colônias de corais, é um dos destinos turísticos mais cobiçados do planeta - são cerca de 600 mil turistas por ano. 80% de sua área fica a apenas 1 metro acima do nivel do mar. 96% de suas ilhotas têm uma área inferior a 1 Km quadrado. Em outras palavras, 47% das áreas habitadas situam-se a menos de 100 metros da costa.
Há vinte anos o arquipélago vem sendo afetado por desastres naturais. Em 1987, um maremoto inindou boa parte de Malé. Em 1998, o El Niño matou 90% dos corais situados a menos de 15 metros de profundidade. E em 2004 o tsunami devastou duas ilhas e forçou a evacuação de outras seis, deixando quatro mil desabrigados (isso numa população de 280 mil é bastante coisa).
"Não temos para onde ir: em caso de crise, nosso único recurso é subir nos coqueiros", ironiza Ahmed Abdullah Saeed, redator-chefe do grupo de imprensa Haveeru.
"O problema do aquecimento climático não é tanto a elevação das águas, mas sim a morte dos corais", diz Thomas Leber, especialista de uma agência de estudos ambientais. Isso porque a acidificação dos oceanos provocada pelas emissões de gás causadores do efeito estufa é fatal para esses organismos, já fragilizados por certas práticas de pesca, como a captura em massa de garoupa, espécie que exerce um papel fundamental no equilíbrio do recife de corais. Shiham Adam, o diretor do Centro de Pesquisas Marinhas, lembra o óbvio: "Se não houver mais corais, não haverá mais ilhas".
É uma sinuca. Por um lado, os empreendimentos turísticos tentam se manter à superfície (literalmente) construindo píers de concreto. Por outro, essas mesmas iniciativas têm abalado ainda mais o frágil ecossistema dos corais que tornam possível a própria existência das ilhas, contribuindo pra piorar ainda mais as coisas.
Não parece ter saída. O arquipélago, verdadeiro paraíso na terra, encara com angústia seu futuro apocalíptico.
Enquanto isso, os cruisers luxuosos continuam aportando cheios de turistas ávidos por passeios de lancha e jet-ski.
Pra quem não sabe, a República das Maldivas é constituída por um arquipélago de 26 atóis e 1.200 ilhas. Rodeada de colônias de corais, é um dos destinos turísticos mais cobiçados do planeta - são cerca de 600 mil turistas por ano. 80% de sua área fica a apenas 1 metro acima do nivel do mar. 96% de suas ilhotas têm uma área inferior a 1 Km quadrado. Em outras palavras, 47% das áreas habitadas situam-se a menos de 100 metros da costa.
Há vinte anos o arquipélago vem sendo afetado por desastres naturais. Em 1987, um maremoto inindou boa parte de Malé. Em 1998, o El Niño matou 90% dos corais situados a menos de 15 metros de profundidade. E em 2004 o tsunami devastou duas ilhas e forçou a evacuação de outras seis, deixando quatro mil desabrigados (isso numa população de 280 mil é bastante coisa).
"Não temos para onde ir: em caso de crise, nosso único recurso é subir nos coqueiros", ironiza Ahmed Abdullah Saeed, redator-chefe do grupo de imprensa Haveeru.
"O problema do aquecimento climático não é tanto a elevação das águas, mas sim a morte dos corais", diz Thomas Leber, especialista de uma agência de estudos ambientais. Isso porque a acidificação dos oceanos provocada pelas emissões de gás causadores do efeito estufa é fatal para esses organismos, já fragilizados por certas práticas de pesca, como a captura em massa de garoupa, espécie que exerce um papel fundamental no equilíbrio do recife de corais. Shiham Adam, o diretor do Centro de Pesquisas Marinhas, lembra o óbvio: "Se não houver mais corais, não haverá mais ilhas".
É uma sinuca. Por um lado, os empreendimentos turísticos tentam se manter à superfície (literalmente) construindo píers de concreto. Por outro, essas mesmas iniciativas têm abalado ainda mais o frágil ecossistema dos corais que tornam possível a própria existência das ilhas, contribuindo pra piorar ainda mais as coisas.
Não parece ter saída. O arquipélago, verdadeiro paraíso na terra, encara com angústia seu futuro apocalíptico.
Enquanto isso, os cruisers luxuosos continuam aportando cheios de turistas ávidos por passeios de lancha e jet-ski.
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