29 de jun. de 2009

O CUSTO DO ATRASO



131,712 milhões de Reais é quanto custa manter anualmente a realeza dessa turminha aí acima.

Parte vem da grana acumulada ao longo dos séculos e nunca dividida com a população mesmo em tempos de fome ou guerra.

E parte vem do bolso de cada contribuinte inglês, que paga R$ 2,19 pelo privilégio de ver a família real à distância ou pela televisão e se deliciar com os eventuais tropeços que sustentam a prolífera imprensa marrom do dito "Reino Unido"; porque, de resto, a família real não serve pra mais nada mesmo.

Como diria o Obelix: muito doidos esses ingleses

28 de jun. de 2009

COMO MATAR UMA UNIVERSIDADE

Parece que quanto mais se fala que a saída pro país é a educação, menos se faz na prática. O maior exemplo é o caso da UERGS, concebida pra descentralizar o ensino universitário no RS, instalando unidades em centros menores, e com isso evitando a evasão de capital humano das regiões onde ele é mais necessário.

Ou você acha que não?

Acha que alguma universidade privada ia sequer considerar uma unidade em Sananduva?

Pois a UERGS tem uma unidade de ensino lá, como em outros 23 municípios. Segue a lista: Alegrete, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Guaíba, Montenegro, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, São Borja, São Luiz Gonzaga, Três Passos, Bagé, Cachoeira do Sul, Cidreira, Encantado, Frederico Westphalen, Ibirubá, Novo Hamburgo, Santana do Livramento, São Francisco de Paula, Tapes e Vacaria.

Herança do governo Olívio e uma conquista dos municípios cansados da evasão de jovens para o "alegre" porto dos gaúchos, a UERGS está morrendo à míngua graças ao empenho sistemático do governo atual em seu desmantelamento.

Se não concorda, dê uma olhadinha no gráfico abaixo. Ele mostra a dotação orçamentária da UERGS ao longo de sua existência.


Só no governo da tia o orçamento despencou 18 milhões. O Olívio criou a UERGS e ao deixar o governo a deixou com um orçamento de 18,9 milhões. Durante o governo Rigotto, a UERGS chegou aos 30 milhões, em 2006.

Isso é o "jeito tucano de governar", é mais uma das "mudanças" da tia lá do Piratini: sucatear o Estado pra fortalecer a iniciativa privada, palavrório bonito que se traduz em entregar os aparelhos do estado de mão beijada pra cupinchada, coisa que dá no que está dando a tal da crise, mas tudo bem, não? Dando pra comprar um I-phone e trocar de carro a cada dois anos tá tudo bem, não é? Pobreza é falta de criatividade.

A gente já viu isso no governo Brito - mas parece que a gauchada não aprendeu nada.

Aí o Conselho de Educação vai fazer vistoria na UERGS. E se depara com um quadro tenebroso, nas palavras da Zero Hora: "unidades instaladas em espaços inadequados, bibliotecas peladas, professores escassos".

É claro que não podem liberar novas turmas. Dos 72 pedidos feitos pela UERGS entre 2005 e 2008, só 42 foram aprovados. E ainda assim, segundo o Conselho, só pra não prejudicar os alunos que já estavam matriculados.

Voltando ao exemplo de Sananduva, os laboratórios de química e biologia até hoje não foram desencaixotados. Isso mesmo. Segundo a Zero Hora, balanças de precisão, microscópios e outros equipamentos essenciais ao ensino continuam encaixotados porque a grana pra montar os laboratórios simplesmente não foi liberada pelo Governo do Estado.

Não bastassem as míseras condições de trabalho, os salários dos professores são aviltados e as contratações necessárias simplesmente não acontecem porque o Governo Yeda não quer.



Isso tudo se reflete no número de matrículas e de formandos, como se vê nos gráficos a seguir:





Há esperança?

A prefeitura de Alegrete, por exemplo, investiu 100 mil Reais em melhorias da unidade da UERGS instalada no município. Desanimado, o município vê aproximar-se a formatura dos últimos alunos e poucas são as esperanças que nova turma vá se formar.

Com a palavra, o prefeito de Alegrete, Erasmo Guterres Silva, do PMDB:

O governo do Estado quer fechar. Não tenho dúvidas. Tentamos negociar com a universidade, mas só recebemos negativas. É muito deprimente.

Em São Borja, pra manter a UERGS funcionando, a prefeitura cedeu uma área de 1.120 metros quadrados em prédio próprio e assumiu as despesas com internet, luz, água e segurança.

Dos 300 alunos que por lá circulavam, divididos em três cursos, hoje restam apenas 15 de uma mesma turma, assistidos por dois professores e três funcionários.

Mas a prefeitura de Sao Borja não desiste - ah, como seria bom se a gauchada aqui de POA não tivesse perdido esse espírito Farrapo! - e está decidida a promover um novo vestibular. Para isso obteve por escrito o compromisso dos professores de outros polos para lecionar na cidade, oferecendo a eles alojamento e alimentação.

Isso mostra que não há só o interesse, há a necessidade da existência de uma instituição de ensino superior que atenda a regiões onde o ensino pára no segundo grau, ou todo o investimento das redes municipais de ensino vai continuar indo pro ralo dos faraônicos escritórios envidraçados que poluem o horizonte de uma Porto Alegre inflacionada de recém-formados em busca de alguma oportunidade.

Essa massa que as universidades da Grande Porto Alegre despejam nas ruas a cada semestre não está multiplicando geograficamente o conhecimento, não está contribuindo para o desenvolvimento harônico do Estado como um todo, não. Ela se concentra aqui, e se perde em administradores pilotando táxis, engenheiros nas roletas dos ônibus e advogados supervisionando caixas de supermercados.

Por tudo isso obrigado, Yeda. Você é mesmo a mudança que o Rio Grande tanto precisava.

23 de jun. de 2009

FIQUE ESPERTO


Se você tem cachorro, agende o mais breve possível uma visita ao veterinário pra ter seu bichinho testado para a Leishmaniose, mesmo que more em regiões historicamente menos suscetíveis como os estados aqui do Sul. Pior que a H1N1 tão alardeada pela imprensa, a Leishmaniose mata e deixa sequelas dolorosas em suas vítimas.

O agente da doença é um protozoário (o Leishmania), que tem atualmente seis espécies identificadas no país, todas causadoras da doença. A transmissão se dá pela picada dos mosquitos Lutzomyia longipalpis, que a gente conhece como birigui - aquele mosquitinho pequenininho e chato que atravessa até mosquiteiro.

A Leishmaniose é uma zoonose: ela é transmitida de animais para humanos, e como o surto vem se alastrando e tomando conta do país, começa a representar um problema de saúde pública que não devemos desconsiderar.

Nos cachorros, a doença se manifesta primeiro pelo emagrecimento excessivo, aumento do baço e fígado, crescimento exagerado das unhas e feridas cutãneas que nunca cicatrizam. Nem sempre os cães portadores da doença desenvolvem os sintomas e, por outro lado, a leishmaniose é facilmente confundida com a sarna negra. Só um exame laboratorial pode determinar com certeza a presença desse protozoário.

Veterinários em todo o país estão orientados a solicitar de seus clientes autorização para a realização desse exame. Não espere: marque uma consulta e teste seu cachorro o quanto antes.

Por quê?

Porque o tratamento é caro, longo e mesmo com o total comprometimento do dono do animal, os resultados nem sempre são promissores.

Em humanos, os sintomas são similares e as feridas podem deixar a pessoa com a aparência de um leproso. Pra dar uma idéia da letalidade, dos oito casos registrados neste ano em Rondonópolis, um veio a óbito. Isso mesmo: 1 para 8, muito, mas muitíssimo maior que a mortalidade do H1N1.

É por isso que cresce entre as autoridades da saúde pública o entendimento de que a eutanásia de cães contaminados é a melhor estratégia na contenção da proliferação dessa doença.

Mas existe vacina, e os veterinários em todo o país estão orientados a vacinar todos os cães que testarem negativo para a doença.

Uma vacina, e você livra seu cão, a si e a todos que entrarem em contato com vocês dessa doença.

Podemos até culpar o dito aquecimento global pela proliferação da dengue, da febre amarela e agora da leishmaniose aqui no Sul, mas melhor que isso é prevenir: se todos agirmos com presteza, essa doença não vai nos pegar com as calças na mão.

21 de jun. de 2009

#4


Deus acuda quem cedo madruga.

13 de jun. de 2009

DÁ-LHE, BRASIIIIIILLLL!!!!


Leio numa dessa notinhas pequenas que o Brasil é detentor de mais um título mundial, o de maior consumidor de gravatas.

Isso mesmo, gra-va-tas.

Podemos ser pífios consumidores de livros e cultura, mas somos ávidos no consumo de carros, bugigangas, quinquilharias... e gravatas - esse adereço tão supérfluo que chega a ser patético e que serve, quando muito, só pra esconder os botões da camisa.

Há quem diga que a gravata foi inventada pra substituir o cachecol, na fria e úmida Londres do século XIX.

Mas, como sempre, esta é a versão oficial, e como versão oficial não resiste a um minuto de pensamento - ou você acha que mesmo remotamente uma gravata pode substituir o cachecol?

Para se chegar ao fundo dessa história é preciso antes entender que a sociedade inglesa se baseia em um sistema de castas, um apartheid que se reflete até na pseudo-democracia que eles tanto defendem.

Não acredita, pois saiba que o parlamento inglês se divide em duas câmaras: a Câmara Baixa, ou "Câmara dos Comuns" (leia-se plebeus), composta por 646 deputados eleitos por sufrágio universal; e a Câmara Alta ou "Câmara dos Lordes", composta por cerca de 700 membros, que são os Pares do Reino nomeados a título vitalício ou hereditário, e os bispos.

Isso pode arrepiar os cabelinhos da nuca de bons republicanos como nós, mas pra eles é tão natural como correr atrás de um queijo por uma ladeira enlameada.

As castas inglesas são distintas e se misturam tanto quanto azeite e vinagre.

Cada casta tem um dialeto e sotaques próprios, frequenta essa ou aquela escola, esse ou aquele clube (ou de onde é que você acha que veio a idéia dos country clubs com suas bolas pretas?), e naturalmente segue essa ou aquela profissão - ou nenhuma, no caso dos que além da nobreza ainda conservam algum patrimônio. Beleza, hein? Pois é assim que funciona até hoje, mas é claro que como isso não impede que plebeus consumam I-Phones, carros de luxo e quinquilharias à vontade, ninguém dá lá muita importância, afinal política é uma chatice mesmo.

Mas voltando à gravata... Em meados do século XIX ascendia na Inglaterra uma nova casta, a dos escriturários.

Como eles apareceram? O capitalismo que dava então seus primeiros passos rumo à conquista do mundo necessitava cada vez mais pessoas com escolaridade suficiente para fazer a escrita e alguns cálculos básicos (tarefinha mundana demais para ser sequer considerada por um lord). Como os bretões são bons planejadores (nisso eu dou a mão à palmatória), instituiram-se escolas pra educar os filhos dos operários e trabalhadores braçais (via de regra analfabetos).

Assim, em poucos anos o mercado estava suprido por uma de mão de obra barata e ávida pela honra e distinção de se livrar da condenação bíblica do ganharás o pão com o suor do teu rosto.

Igualmente ávidos estavam esses proto-yuppies em se livrar da mais remota associação com suas origens. Era a primeira geração legitimamente de classe média do mundo Ocidental (o mesmo acontecia com os escribas do Egito antigo, mas isso é assunto pra outro post).

Como bons ingleses, logo trataram de buscar uma identidade. E como identidade de classe objetivamente se traduz em linguagem, hábitos e aparência comuns, é isso que buscaram.

A parte da linguagem foi fácil, já que as escolas asseguravam um repertório próprio, o mesmo quanto aos hábitos já que com um pouco mais de dinheiro podiam se dar ao luxo de residir em apartamentos no centro da cidade, mais próximos de seus locais de trabalho e isso foi criando um estilo de vida mais urbano, com algum lazer em pubs e casas de espetáculo e muitos passeios nas praças, aos finais de semana.

Restava a aparência.

Cachecóis eram usados pela plebe desde que se inventou a roca. Baratos, simples e versáteis representavam uma peça-chave no guarda-roupas de qualquer plebeu.

Nobres não usavam cachecóis de lã, mas longos tecidos de seda artisticamente enrolados em volta do pescoço e que ofereciam a mesma proteção, mas com estilo. Eram as tais cravate, corruptela engendrada pelos franceses para croat, pois foram os mercenários croatas recrutados durante a Guerra dos 30 Anos (séc. XVII) os introdutores do ornamento na Europa.

Comprar aquela quantidade de seda ia um pouco além das possibilidades para essa nova classe, cujos salários eram só um pouco melhores que os dos operários e trabalhadores braçais, além do mais, imitar abertamente os lords em suas vestimentas seria no mínimo inapropriado.

Aí apareceu alguém com a brilhante idéia de pegar um retalho menor de seda, dar um jeitinho aqui, uma dobradinha ali, uma costuradinha acolá e voilá! Eis a gravata.

Daí a virar ícone da classe média foi um passo - mas daí a tomar de assalto e virar ícone de consumo aqui em Pindorama, onde por 4 meses faz calor e pelos outros 8 faz um calor de rachar...?

Enfim, cá estamos nós, campeões mundiais da gravata...

Gente, não somos mais subdesenvolvidos: temos uma classe-média forte, estamos quase no primeiro-mundo! Não é simplesmente fan-tás-ti-co???!!! Alvíssaras!

Isso certamente deve ter algum reflexo na cultura, na linguagem, devemos estar evoluindo por aí também, não?

Usando a gravata como pretexto, vou ver o que as pessoas têm a dizer sobre ela, e me deparo com a pérola:

Caro amigo a gravata e uma peça de vestiário masculino que e muito elegante um homem bem vestido com uma gravata bem elegante tem passagem certa em muitos ambientes Beijos

Da autora só digo que não, por incrível que pareça, não é uma gravata.

Ah, se ao menos consumíssemos um livro para cada gravata neste país... um parágrafo, que fosse, mas de literatura mesmo e não auto-ajuda!

9 de jun. de 2009

BESTIALIDADE



Juro que eu pretendia escrever alguma coisa, mas estou enojada demais pra isso. Fica pra depois.

Por hora, meus sinceros votos de vida longa à besta abjeta que vem perpetrando essas barbaridades; e que ela seja tão insípida, fútil, miserável, solitária, desprezível e desgraçada como seus atos sugerem.

6 de jun. de 2009

O VÔO 447


A Air France soube do trágico destino dos ocupantes do vôo 447 às 23:10, quando uma mensagem automática acusou a falha no controle de limitação do curso do leme.

Quando menos de 24 horas depois do vôo ser oficialmente dado como desaparecido Sarkozy apareceu na tv com aquele pronunciamento funestro nós, os sempre otimistas, junto com nosso presidente, nos aferramos à esperança - afinal, Deus é brasileiro, né?

Eles sabiam. Como sabiam que ainda antes de deixar a área de controle do Rio, a aeronave já enviara 24 sinais de anomalias em seus sistemas de bordo.

Foram 24 avisos, gente.

Imagine que você está em seu carro. Tudo bem, ele recém passou por uma revisão e você pega a estrada e, vamos dizer, está seguindo para a Transpantaneira. Você sabe que passadas as últimas pousadas o que o espera são centenas de quilômetros inóspitos sem nenhum bar de beira de estrada ou oficina onde possa buscar socorro. Pra piorar, viu pela tevê que a meteorologia prevê uma forte tempestade bem no meio do caminho. Você vai seguindo, atento ao céu e à paisagem, e já está passando o limite da última grande pousada que avistara à beira da estrada. Aí 24 coisas estranhas acontecem no seu painel de controle incluindo a direção e o odômetro.

O que você faz?

Leio hoje na Folha que às 23:10 de domingo uma mensagem informa que o leme quebrou. A aeronave voava a 840Km/h numa altura de 10,7 quilômetros. Este foi um dos 24 avisos e, estranhamente, só agora parece que as autoridades da França se debruçam sobre esse "pequeno" detalhe. Ao que parece, estavam mais interessadas nas incongruências entre leituras de velocidade e altitude, estranhamente mais relevantes que a quebra do leme.

O que isso me diz? Que a Air France sabia que o vôo 447 jamais entraria no espaço aéreo do Senegal.

Poderia ter intervido?

Poderia ter ordenado ao piloto que se dirigisse ao aeroporto mais próximo ao primeiro sinal de anomalia, mas não o fez. Como não o fez ao segundo, ao terceiro, e por aí vai...

Poderia ao menos ter alertado o controle de terra brasileiro que tinha uma aeronave sua no ar com problemas, mas não o fez - e nisso colocou em risco todo o tráfego aéreo na região.

No que a Air France foi rápida e eficiente foi no tratamento às famílias das vítimas, só divulgando a lista de passageiros mais de 72 horas depois de o vôo ser dado como desaparecido e assim garantindo ser a primeira a contactá-las, tratando de coletar o maior número possível de familiares e colocá-los em isolamento, num ambiente controlado - por ela, Air France -, para "protegê-los" do assédio da mídia, é claro.

Não é do interesse da Air France que as famílias retornem ao convívio social, compartilhando sua experiência com pessoas que não estão vivenciando diretamente o trauma. É interesse da Air France reuni-las num rebanho de fragilizados "acompanhados" por seus especialistas, empenhados em aplicar lentes cor-de-rosa sobre qualquer visão crítica que qualquer familiar porventura venha a ter em relação às reais intenções e ações da Air France.

Ou você não reparou que ainda antes que equipes francesas se juntassem aos esforços de busca e resgate, uma equipe de "especialistas" franceses já desembarcara no Rio para "apoiar" as famílias?

Isso é uma técnica, é sistemático e tem nome: fall out control.

Mais: ontem a Air France pediu a intervenção da OAB/RJ contra advogados que estariam supostamente assediando os familiares.

Não é interesse da Air France que essas pessoas contactem advogados próprios, que discutam o ocorrido com a sociedade, que exponham e busquem respostas alternativas às suas dúvidas e questionamentos.

Não é interesse da Air France que 228 advogados diferentes entrem com 228 processos diferentes nas mais diversas cortes e instâncias, pior, que esse pequeno exército vasculhe seus registros e arquivos munido de ordens judiciais que forcem à abertura de suas caixas pretas, expondo falhas cruciais em seus procedimentos de segurança já em terra.

Não é do interesse da Air France que os destroços do vôo 477 jamais sejam encontrados, particularmente as duas caixas-pretas - ou por que outro motivo será que desde o primeiro momento os franceses têm insistido na dificuldade dessa localização? É um conceito manjado da teoria da comunicação que a redundância reforça e aprofunda qualquer conceito, por mais absurdo que pareça à avaliação crítica mais superficial.

Aliás, onde é que estão as equipes francesas e norteamericanas enviadas para ajudar nas buscas? Onde está o tal submarino todo bam-bam-bam que pode identificar até o sexo duma medusa a mais de mil metros de profundidade? Onde está todo o aparato tecnológico de primeiro-mundo de que eles dispõem? Nas notícias, só se vê soldado brasileiro voando e voando, barco brasileiro navegando e as buscas seguem a olho, e, pior, provavelmente no lugar errado, porque a Air France teria hipoteticamente condições de fornecer coordenadas mais exatas com base em suas próprias leituras, mas aparentemente, não o fez. Ou será que não?

Não sou adepta da teoria da conspiração, mas a coisa aí tá fedendo.

Tudo que eu sei é que é do interesse da Air France que as buscas prossigam pelo maior período de tempo possível, com o maior número possível de contradições e informações equivocadas; e que nesse meio-tempo, as famílias continuem envolvidas no processo, que continuem sitiadas em hotéis sob sua vigilância e isoladas da sociedade por tanto tempo que, quando finalmente retornarem à sociedade, se mostrarão gratas aos cuidados e atenção dispensados pela Air France, e mais propensas a fecharem acordos pífios em troca de um pouco de normalidade.

Todos os esforços que foram poupados em evitar esta tragédia estão sendo agora dispendidos em controlar seus efeitos financeiros. Porque, não tenha dúvidas: tudo se resume a dinheiro.

Às centenas de pessoas vítimas dessa tragédia, meus sinceros votos de paz e luz na eternidade.

Às famílias, meus pêsames e votos de paz e luz para prosseguirem com suas vidas concentrados nas lembranças felizes dos entes que faleceram.

À Air France meus pêsames pela hipocrisia e a firme decisão da jamais embarcar em um vôo seu - que, por sinal, custa 3 vezes mais que na maioria das demais companhias.

E tenho o dito.