19 de out. de 2009

VALEU, FOGAÇA!


Eu juro que ia deixar passar batido, porque ultimamente ando num azedume aqui neste blog que nem eu me aturo mais... mas não dá. Passei o fim de semana com esse grito entalado na goela e não tem jeito, vou ter que abrir as tramelas e reclamar:

PÔ, FOGAÇA, PRECISAVA AINDA DAR DESCONTO NO ISSQN PRAS EMPRESAS DE TELEMARKETING???!!!

15 de out. de 2009

QUAL É?


Honestamente, não entendo a polêmica que o vídeo acima está causando. Por conta dessas imagens tem gente tachando os australianos de doentes pervertidos e por aí a fora. Particularmente porque a corrida se chama Midget Race, ou "corrida de anões"; porque dar nome aos bois é politicamente incorreto. Politicamente correto é a hipocrisia de chamar os anões de little people, pessoas pequenas.

Esse tipo de doença mental se explica nos EUA, a terra da Lei da Gota de Sangue, para a qual uma gota de sangue negro basta para tornar uma pessoa negra aos olhos da lei - lá não existem mulatos, não há o pardo, o meio-termo. Porque a mentalidade deles é fascista; porque não tolera o diferente, uma sociedade que desde o berço enlata seus cidadãos num padrão ideológico único incontestável e inquestionável, punindo com o ostracismo quem ousar se desviar desse padrão e ainda incentivando seus cidadãos a fiscalizarem ativamente a vida de seus vizinhos recompensando a paranóia com honras ao mérito. Uma sociedade onde uma menina de 14 anos pode ser expulsa da escola por levar uma faca pra cortar seu bolo de aniversário.

Pelamordedeus não vamos nos deixar contaminar por essa doença horrorosa. Continuemos dando nomes aos bois e vamos parar de querer reinventar a roda cada vez que algum psicólogo ou pedagogo tapado meter a boca num microfone.

Pra encerrar, tudo há pra ver no vídeo são três anões montando galhardamente três paspalhos grandalhões fazendo as vezes de cavalos.

9 de out. de 2009

MOLECAGEM


...E o Nobel da Paz vai para...

TCHAM TCHAM TCHAM TCHAM...

... BARAK OBAMA!!!


ÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!! - exclama a multidão.


CUMÉQUIÉ?! - engasgo no primeiro café do dia.

Mas é verdade:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, venceu o prêmio Nobel da Paz por seus esforços para reduzir os estoques de armas nucleares e por seu trabalho pela paz mundial. Primeiro presidente americano de origem africana, Obama também trabalhou para reiniciar o estagnado processo de paz no Oriente Médio desde que assumiu o cargo, em janeiro deste ano.

Então tá. Isso aí. Nobel da Paz pro cara do botão vermelho, esse que vive sentado num arsenal capaz de pulverizar o planeta em segundos; o cara que comanda o maior exército do planeta, presidente de um país que não sabe o que é a paz há quase 50 anos e que, finalmente, quer porque quer aumentar o contingente yankee no Afeganistão e que, não fosse a bomba atômica, de quebra mandava ver no Paquistão também.

Porque não escancararam de vez e deram o Nobel pro Bibi? (aquele mesmo, o Benjamim-toca-fogo-nos-palestinos).

Ah, mas o Barak é negrinho... Sinceramente, meu pézinho da senzala (aquele que todos nós brasileiros temos) tá fervendo.

Depois vêm reclamar que a criançada não tem respeito por mais nada... E cadê o exemplo?

25 de set. de 2009

MAIS UM


Agora andam mandando um email que finge ser do serviço do Youtube dizendo que você aparece em um vídeo.

É fria.

Vá de retro. Não olhe nem o corpo da mensagem: não vale a pena.

Êta povinho bruto e mal intencionado.

24 de set. de 2009

TRISTEZA

Há poucos dias completei mais um ano de existência. Quanto mais tempo passo por aqui, menos paciência tenho com as sandices que sou forçada a testemunhar.

Vejo a humanidade como uma crescente horda de viciados em entorpecentes eletrônicos consumindo cultura e informação pela cobertura sem tocar a massa do bolo.

Como zumbis lobotomizados, ruminamos pastiches de uma realidade pasteurizada para rápida assimilação em chicletes programados para se autodestruir sem que interfiram na preocupação de ganhar e gastar mais e mais dinheiro.

O universo é vácuo e se mede pelo indivíduo. A verdade histórica cede lugar ao culto à personalidade.

A razão cede à indisposição para dedicar mais que 140 dígitos a um pensamento.

É nisso que evoluímos como espécie.

Acho triste.

8 de set. de 2009

NÃO ENTENDI

Essa da prefeitura passar pra Fundação Universitária de Cardiologia a Estratégia de Saúde da Família e dos Postos de Saúde da Família em Porto Alegre me faz coçar atrás da orelha.

Se Eliseu Santos e a Fundação descobriram alguma correlação entre problemas cardíacos e planejamento familiar, deviam compartilhar a descoberta com seus colegas de jaleco, afinal de repente ia até render um Nobelzinho... já pensou? Aí sim ninguém ia segurar os portalegrenses*.



*assim, sem o "o", de porta mesmo

1 de set. de 2009

COISAS QUE NÃO ESPANTAM


O ministro do supremo nomeado em 2007, Carlos Alberto Menezes Direito morreu hoje de madrugada vítima de um fulminante câncer no pâncreas.

Sendo Direito, não espanta que tenha durado tão pouco no Supremo.

17 de ago. de 2009

EZRA NAWI II

Dia 21 de setembro às 8:30 da manhã (horário de Israel) a Corte de Paz, responsável pelo julgamento de Ezra Nawi proferirá a sentença.

No julgamento deste sábado (dia 16), a defesa apresentou 6 testemunhas, dúzias de cartas escritas por israelenses de várias partes do mundo mais o abaixo assinado com cerca de 20 mil assinaturas que pede que não seja condenado.

Seguiremos acompanhando tão de perto como possível.

Nesse meio tempo, visite: http://www.supportezra.net/.

Leia aqui o artigo que ele escreveu ao The Nation no dia 29 de junho.

Por sinal, Ezra em hebreu significa ajuda.

À Corte de Paz de Israel, um recado: the eyes of the world are watching you.

15 de ago. de 2009

EZRA NAWI


Olhe bem nos olhos do cidadão careca da foto acima: você está ollhando nos olhos de um Homem - isso mesmo, com H maiúsculo.

Ah, então ele faturou muitas mulheres? Não. Ele é gay.

Deve então ser um empresário multimilionário que anda por aí com ternos Armani, Rolex e pilotando carros de luxo. Outra vez, não. Ezra Nawi é um encanador. Nem rico ele é.

Bem, se não é um super-macho ou super-empresário tem que ser um super-ídolo, um artista de vanguarda ou coisa que o valha. Bem, o senhor Nawi não é sequer um intelectual, é um homem comum, um homem das ruas como se diz.

Um homem que está muito além dessa baboseira toda que a miopia dessa doença terminal que está acabando com a civilização reverencia. Ezra Nawi é um homem que ousa acreditar que é possível nos colocarmos acima da religião e questões étnicas para juntos construirmos um mundo melhor. Sim, porque Ezra Nawi é um judeu que acredita que palestinos são gente digna dos mesmos direitos que os judeus.

Pior ainda, Ezra Nawi não se contentou em escrever um blog ou devanear sobre um mundo melhor nas calmas tardes de domingo. Ele arregaçou as mangas e foi à luta onde era preciso, ajudando famílias palestinas a construir barracas, erguer escolas, postos médicos e tudo o quanto é necessário para se lançar as bases do que seria um mínimo de dignidade no mar de iniquidades das colinas de Hebron.

Se questionado sobre suas motivações, ele simplesmente afirma que o que o motiva mais que a ideologia é o senso de decência.

Sim, decência, você leu bem. Porque é o mínimo que devemos a nossos semelhantes: decência.

Por seu senso de decência, Ezra Nawi está sendo julgado neste momento por alta traição. E será condenado.

Mas não se preocupe: a prisão de Ezra Nawi em nada vai impactar o mercado de ações, ou inflacionar os preços dos I-Phones.

A condenação de Ezra Nawi não renderá mais que algumas linhas no Twitter, e será lida por muito poucos - mais gente estará interessada em saber como o Woodstock influenciou a vida de celebridades tupiniquins que nem eram nascidas na época.

4 de ago. de 2009

GRIPE A: POSTOS DE SAÚDE EM PORTO ALEGRE

Em Porto Alegre, pessoas com suspeita da gripe A podem procurar os seguintes postos de saúde:

Unidades que atendem em turno estendido (abertos até as 22 horas):

UBS Rubem Berta
Rua Wolfram Metzler, 675 - Rubem Berta
Fone: 3366-2811

UBS Chácara da Fumaça
Estrada Martim Félix Berta, 2432 - Rubem Berta
Telefone: 3386-1166

UBS Assis Brasil
Avenida Assis Brasil, 6615 - Sarandi
Telefone: 3364-2744

UBS Belém Novo
Rua Dr. Carlos Flores, 76
Telefone: 3259-1247

UBS Ipanema
Avenida Tramandaí, 351- Ipanema
Telefone: 3246-7099

UBS Panorama
Estrada João de Oliveira Remião, 6505, Parada 16 - Lomba do Pinheiro
Telefone: 3319-1032

UBS Tristeza
Av. Wenceslau Escobar, 2442 - Tristeza
Telefone: 3268-8703

UBS Camaquã
Rua Professor Doutor João Pitta Pinheiro Filho, 176 - Camaquã
Telefone: 3249-2799

UBS Restinga
Rua Abolição, 850
Telefone: 3250-1142

Centro de Saúde Modelo
Rua Jerônimo de Ornellas, 55 - Farroupilha
Telefone: 3289-2555

Pronto-atendimentos (abertos 24 horas)

Pronto-atendimento Cruzeiro do Sul
Av. Moab Caldas, 400 - Santa Tereza
telefone: 3289.4000

Pronto-atendimento Bom Jesus
Rua Bom Jesus, 410 (esquina Rua São Felipe) - Bom Jesus
Telefone: 3338-5388

Pronto-atendimento Lomba do Pinheiro
Estrada João de Oliveira Remião, 5120, Parada 12 - Lomba do Pinheiro
Telefones: 3319-4850

Pronto-atendimento Restinga
Rua Álvaro Difini, 520 – Restinga
Telefones: 3250-1411

Mais informações no site da Secretaria Municipal de Saúde.

3 de ago. de 2009

PANDEMIA DO LUCRO


Reproduzo a seguir conteúdo de um email que recebi hoje cedo. Não cito o autor porque não veio mencionado no corpo da mensagem:

MERECE REFLEXÃO

2000 pessoas contraem a gripe suína e todo mundo já quer usar máscara.

25 milhões de pessoas têm AIDS e ninguém quer usar preservativo....

PANDEMIA DO LUCRO

Que interesses econômicos se movem por detrás da gripe suína???

No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária que se podia prevenir com um simples mosquiteiro.

Os noticiários, disto nada falam!

No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarreia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 centavos.

Os noticiários, disto nada falam

Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano..

Os noticiários, disto nada falam

Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves, os noticiários mundiais inundaram-se de noticias.

Uma epidemia, a mais perigosa de todas. Uma Pandemia! Só se falava da terrífica enfermidade das aves.

Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos ou 25 mortos por ano. A gripe comum mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25.

Um momento, um momento. Então, por que se armou tanto escândalo com a gripe das aves?

Porque atrás desses frangos havia um "galo", um galo de crista grande: a farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflu vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflu seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população.

Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro.

-Antes com os frangos e agora com os porcos.

-Sim, agora começou a psicose da gripe suína. E todos os noticiários do mundo só falam disso...

-Já não se fala da crise econômica, nem dos torturados em Guantânamo.

-Só a gripe dos porcos...

-E eu me pergunto: se atrás dos frangos havia um "galo"; atrás dos porcos não haveria um "grande porco"?

A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflu. O principal accionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretário da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque...

Os accionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidoso Tamiflu.

A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.

Não nego as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas pelos países.

Mas se a gripe suína é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios de comunicação; se a Organização Mundial de Saúde (conduzida pela chinesa Margaret Chan) se preocupa tanto com esta enfermidade, por que não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza o fabrico de medicamentos genéricos para combatê-la?

Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos gratuitos a todos os países, especialmente os pobres. Essa seria a melhor solução.

PASSEM ESTA MENSAGEM POR TODOS OS LADOS, COMO SE TRATASSE DE UMA VACINA, PARA QUE TODOS CONHEÇAM A REALIDADE DESTA "PANDEMIA".

Pois os meios de comunicação naturalmente divulgam o que interessa aos patrocinadores, não aos ouvintes e leitores..


Concordo em número, gênero e grau.

31 de jul. de 2009

RS CONTRA A GRIPE

Ainda sobre a gripe, o governo do Estado colocou no ar o site http://www.rscontragripe.rs.gov.br/.

Lá você encontra perguntas e respostas sobre a gripe, orientações técnicas, notícias e links.

30 de jul. de 2009

QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA


"Desventuras em Série" relata a busca dos três irmãos Baudelaire por uma nova família depois do trágico desaparecimento de seus pais. Herdeiros de uma imensa fortuna, sua guarda é disputada por uma inacreditável multidão de escroques autodenominados "parentes". Se você ainda não leu, recomendo. São livros infantis (o filme é legal, mas não é lá essas coisas, porque o Jim Carey sempre dá jeito de esculhambar o set com suas atuações exageradas), mas a narrativa é fluente, consistente, ácida de beirar o sadismo e cínica até a medula. Como se trata de ficção, a gente acaba rindo de tanta desgraça até porque, no final, os órfãos sempre acabam dando um jeito de se livrar.

Espectadora à distância, espero que os órfãos Jackson tenham a mesma sorte no final das suas "desventuras" que estão apenas começando.

DIAMANTES DO "REI"


Tá nos jornais de hoje: a empresa LifeGem vai produzir diamantes a partir de amostras do cabelo de Michael Jackson coletadas quando do famigerado acidente durante as filmagens para o comercial da Pepsi (aquele que anda rodando por aí no Youtube).

Ao todo serão produzidos 10 diamantes de meio karat, que serão comercializados pela bagatela de 200 mil dólares cada pelo eBay.

E para mostrar suas intenções "humanitárias", a companhia se prontificou a doar uma das gemas aos órfãos Baudelaire, digo Jackson.

Anos atrás a LifeGem ficou famosa por produzir a série Beethoven - sim, diamantes feitos a partir dos cabelos do compositor.

Eu morro e não entendo o que tem de errado com essa gente.

23 de jul. de 2009

UTILIDADE PÚBLICA 2

Continuando a saga sobre a gripe suína, caso esteja gripado e na dúvida se é uma gripe comum ou não, observe os sintomas descritos no quadro acima, elaborado pela Organização Mundial da Saúde.

20 de jul. de 2009

UTILIDADE PÚBLICA

Recebi esta manhã um email de minha grande amiga Ana (grande Ana!!!) com 43 perguntas e respostas sobre a gripe suína que revisei e publico a seguir.

Como vocês verão, as medidas de proteção são simples e passam longe da correria por máscaras cirúrgicas e viagens ao Uruguai pra comprar Tamiflu:

1 - Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?
Até 10 horas.

2. - Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos?
Torna o vírus inativo e o mata.

3 - Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?
A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus. O fator mais importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos). O vírus não voa e não alcança mais de um metro de distância.

4 - É fácil contagiar-se em aviões?
Não. O avião é um meio pouco propício para ser contagiado. (O ar condicionado resseca o ar e além disso, assentos e assoalhos são sempre limpos entre um vôo e outro e todos os outros materiais que entram em contato com os passageiros são descartáveis. Ainda assim, se a pessoa ao seu lado tossir e/ou espirrar, peça que cubra o rosto ao fazê-lo - isso é, no mínimo, um sinal de educação.)

5 - Como posso evitar o contágio?
Antes de mais nada, alimente-se bem (e isso não quer dizer necessariamente em quantidade, mas em qualidade e variedade) e repouse adequadamente - isso irá manter seu sistema imunológico em equilíbrio.

Não passe as mãos no rosto, olhos, nariz e boca.

Evite contato direto com pessoas infectadas - caso isso não seja possível, redobre os cuidados com a higiene pessoal e do ambiente.

Lave as mãos mais de 10 vezes por dia sempre com bastante água e sabão incluindo as costas das mãos até os pulsos. Ao deixar qualquer ambiente público acrescente uma pequena quantidade de álcool gel à lavagem, esfregando bem as mãos até o álcool evaporar.


6 - Qual é o período de incubação do vírus?
De 5 a 7 dias. Os sintomas se manifestam quase que imediatamente após o contágio.

7 - Quando se deve começar a tomar o remédio?
Antes de mais nada: NUNCA SE AUTOMEDIQUE, EM HIPÓTESE ALGUMA, particularmente com antibióticos.

Ao desconfiar dos sintomas procure um médico o quanto antes. Se corretamente tratada dentro das primeiras 72 horas a partir do contágio os prognósticos de melhora da gripe suína são muito bons, a melhora é de 100%.


8 - De que forma o vírus entra no corpo?
Por contato, pelas mãos e pelo rosto (nariz, boca e olhos).

9 - O vírus é mortal?
NÃO. O que ocasiona a morte é a combinação da debilitação do sistema imunológico com a incidência de agentes oportunistas que atacam o aparelho respiratório, particularmente o pneumococo e o estafilococo.

10 - Que riscos têm os familiares de pessoas que faleceram?
Desenvolver a doença e/ou formar uma rede de transmissão.

11 - A água de tanques ou caixas de água transmite o vírus?
Não porque contém químicos e está clorada.

12 - O que faz o vírus quando provoca a morte?
Antes de mais nada, o vírus não provoca a morte. A pneumonia severa é o que ocasiona a morte. Em sua maioria, os casos de óbito ocorreram pela combinação da gripe suína com deficiências pré-existentes.

13 - Quando se inicia o contágio, antes dos sintomas ou até que se apresentem?
O contágio é imediato: uma pessoa contaminada pode disseminar o vírus ainda antes de apresentar qualquer sintoma.

14 - Qual é a probabilidade de recair com a mesma doença?
De 0%, porque fica-se imune ao vírus suíno.

15 - Onde se encontra o vírus no ambiente?
Quando uma pessoa portadora espirra ou tosse, o vírus pode ficar nas superfícies lisas como maçanetas, dinheiro, papel, documentos, etc; sempre que houver umidade.

Já que é muito difícil se conseguir a completa esterilização do ambiente, recomenda-se extremar a higiene das mãos.


17 - O vírus ataca mais as pessoas asmáticas?
O risco de contágio é igual para todas as pessoas, particularmente entre os 20 e 50 anos de idade.

Pessoas asmáticas ou portadoras de deficiências respiratórias correm maior risco de desenvolver as complicações decorrentes da ação do vírus que podem levar ao óbito.

O vírus da influenza A em si não leva ao óbito, ele tem circulado entre nós há milênios; o que leva ao óbito é a ação de agentes oportunistas como o pneumococo ou o estafilococo que se aproveitam da situação de debilidade do sistema imunológico causada pela influenza.


18 - Qual é a população que está sendo mais atacada por esse vírus?
Pessoas de 20 a 50 anos de idade.

19 - A máscara cirúrgica é realmente eficaz?
Existem algumas máscaras de melhor qualidade e que bloqueiam melhor a propagação do vírus que outras; mas se você não está doente é pior porque o vírus, pelo seu tamanho microscópico, atravessa as fibras da máscara como se estas não existissem. Além disso, ao usar a máscara, criamos um microclima úmido propício à reprodução do vírus na zona entre o nariz e a boca.

Agora, se você já foi infectado, use máscara para diminuir as chances de infectar os demais.


20 - Posso fazer exercício ao ar livre?
Sim, o vírus não se propaga no ar: ele não tem asas.

21 - Vitamina C ajuda?
A vitamina C não previne o contágio, mas ajuda a resistir ao ataque porque é uma auxiliar do sistema imunológico, tanto como o repouso e hidratação adequados e uma dieta saudável.

22 - Quem está a salvo desta doença ou é menos suscetível?
A salvo não esta ninguém. Nossa maior proteção é muita higiene no lar, em escritórios e utensílios, lavar as mãos várias vezes ao dia, de preferência usando álcool gel e evitar lugares públicos.

23 - O virus se move?
Não, o vírus não tem nem patas nem asas, a pessoa é quem o coloca dentro do organismo.

24 - Animais de estimação podem transmitir o H1N1?
Esse vírus não, provavelmente contagiem outro tipo de vírus.

25 - Se vou ao velório de alguém que morreu desse vírus posso me contagiar?
O risco é o mesmo que ao frequentar locais públicos. Tome as mesmas precauções e não deixe de dar apoio aos que necessitam em momentos de dor.

26 - Qual é o risco das mulheres grávidas com este vírus?
O risco de contágio é o mesmo de outras pessoas, mas os efeitos do contágio podem se estender ao feto em gestação. Em caso de contágio os antivirais só devem ser aplicados sob estrito controle médico.

27 - O feto pode ter lesões se uma mulher grávida se contagia com este vírus?
Por ser um vírus muito novo, ainda não se tem informações sobre seu efeito a médio e longo prazo em fetos em gestação.

28 - Posso tomar acido acetilsalicílico (aspirina)?
Não é recomendável: pode ocasionar outras doenças. A menos que você tenha prescrição por problemas coronários, nesse caso siga tomado.

29 - Serve para algo tomar antivirais antes dos sintomas?
TOMAR ANTIVIRAIS ANTES DOS SINTOMAS NÃO SERVE PARA NADA. Inclusive, segundo a Organização Mundial da Saúde, a maioria dos pacientes contaminados pelo H1N1 se recupera sem o uso dos antivirais, só pelo repouso e hidratação adequados.

30 - As pessoas com AIDS, diabetes, câncer, etc., podem ter maiores complicações que uma pessoa sadia se contagiam com o vírus?
SIM, pois o sistema imunológico dessas pessoas está debilitado ou desequilibrado.

31 - Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?
NÃO, porque apesar de ambas serem ocasionadas pelo vírus influenza, os subtipos são diferentes.

32 - O que mata o vírus?
O sol, mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, álcool em gel.

33 - O que fazem nos hospitais para evitar contágios a outros doentes que não têm o vírus?
O isolamento.

34 - O álcool em gel é efetivo?
SIM, muito efetivo.

35 - Se estou vacinado contra a influenza estacional sou inócuo a este vírus?
Não. Como foi dito anteriormente, o vírus da gripe suína é de um subtipo diferente do da gripe comum e ainda não existe vacina para esse vírus.

36 - Este vírus está sob controle?
Não, mas as autoridades de saúde estão fazendo o possível para a sua contenção.

37 - O que significa passar de alerta 4 a alerta 5?
A fase 4 não faz as coisas diferentes da fase 5, significa que o vírus se propagou de pessoa para pessoa em mais de 2 países; e fase 6 é que se propagou em mais de 3 países.

38 - Aquele que se infectou deste vírus e se curou, fica imune?
SIM.

39 - As crianças com tosse e gripe têm influenza?
É pouco provável, pois as crianças são pouco afetadas.

40 - Que medidas as pessoas que trabalham devem tomar?
Lavar as mãos muitas vezes ao dia, arejar os escritórios sempre que possível.

41 - Posso me contagiar ao ar livre?
Se há pessoas infectadas e que tussam e/ou espirrem por perto pode acontecer, mas o ar é um meio de pouco contágio. Lembre: o vírus não se propaga por muito mais que um metro de distância da pessoa contaminada.

42 - Pode-se comer carne de porco?
SIM pode e não há nenhum risco de contágio.

43 - Qual é o fator determinante para saber que o vírus já está controlado?
Como toda a gripe, a H1N1 se propaga com maior facilidade durante o inverno. É por isso que estamos experimentando a epidemia no momento aqui no Hemisfério Sul. Será preciso esperar que o ciclo de inverno se instale e evolua também no Hemisfério Norte para saber se o vírus está controlado ou não. E até lá as chances de que se tenha desenvolvido uma vacina eficaz são remotas. Além disso, por se tratar de um vírus sempre é possível que passe por mutações que o tornem mais ou menos agressivo.

5 de jul. de 2009

JUSTIÇA SEJA FEITA


Acabou a polêmica sobre a distribuição dos brindes nas redes de fast food.

Ao decidir pela liberação da distribuição dos "brindes" a justiça paulista nada mais fez do que a obrigação.

Não vou entrar no mérito dos lanches em si, porque cada um cuida da sua saúde e de seus filhos.

É justamente aí que está o ponto muito bem levantado pelo relator do processo proposto pelo MP: não é papel do Estado regular a dieta das crianças fora do âmbito das cantinas da rede pública de ensino.

Iniciativas como a proibição proposta pelo MP estão empurrando o Brasil para o abismo de esquizofrenia que aflige o dito Primeiro Mundo onde se substituiu o papel regulador do Estado na economia (onde isso realmente importa) pelo policialismo sobre as vidas privadas de seus cidadãos.

Não quero essa loucura por aqui. E você?

De resto, se você não quer ver seus filhos redondinhos como os pimpolhos acima, tome a si a responsabilidade: educar é dizer mais não do que sim.

1 de jul. de 2009

CHAMADO

Meu novo clip no Youtube:

29 de jun. de 2009

O CUSTO DO ATRASO



131,712 milhões de Reais é quanto custa manter anualmente a realeza dessa turminha aí acima.

Parte vem da grana acumulada ao longo dos séculos e nunca dividida com a população mesmo em tempos de fome ou guerra.

E parte vem do bolso de cada contribuinte inglês, que paga R$ 2,19 pelo privilégio de ver a família real à distância ou pela televisão e se deliciar com os eventuais tropeços que sustentam a prolífera imprensa marrom do dito "Reino Unido"; porque, de resto, a família real não serve pra mais nada mesmo.

Como diria o Obelix: muito doidos esses ingleses

28 de jun. de 2009

COMO MATAR UMA UNIVERSIDADE

Parece que quanto mais se fala que a saída pro país é a educação, menos se faz na prática. O maior exemplo é o caso da UERGS, concebida pra descentralizar o ensino universitário no RS, instalando unidades em centros menores, e com isso evitando a evasão de capital humano das regiões onde ele é mais necessário.

Ou você acha que não?

Acha que alguma universidade privada ia sequer considerar uma unidade em Sananduva?

Pois a UERGS tem uma unidade de ensino lá, como em outros 23 municípios. Segue a lista: Alegrete, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Guaíba, Montenegro, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, São Borja, São Luiz Gonzaga, Três Passos, Bagé, Cachoeira do Sul, Cidreira, Encantado, Frederico Westphalen, Ibirubá, Novo Hamburgo, Santana do Livramento, São Francisco de Paula, Tapes e Vacaria.

Herança do governo Olívio e uma conquista dos municípios cansados da evasão de jovens para o "alegre" porto dos gaúchos, a UERGS está morrendo à míngua graças ao empenho sistemático do governo atual em seu desmantelamento.

Se não concorda, dê uma olhadinha no gráfico abaixo. Ele mostra a dotação orçamentária da UERGS ao longo de sua existência.


Só no governo da tia o orçamento despencou 18 milhões. O Olívio criou a UERGS e ao deixar o governo a deixou com um orçamento de 18,9 milhões. Durante o governo Rigotto, a UERGS chegou aos 30 milhões, em 2006.

Isso é o "jeito tucano de governar", é mais uma das "mudanças" da tia lá do Piratini: sucatear o Estado pra fortalecer a iniciativa privada, palavrório bonito que se traduz em entregar os aparelhos do estado de mão beijada pra cupinchada, coisa que dá no que está dando a tal da crise, mas tudo bem, não? Dando pra comprar um I-phone e trocar de carro a cada dois anos tá tudo bem, não é? Pobreza é falta de criatividade.

A gente já viu isso no governo Brito - mas parece que a gauchada não aprendeu nada.

Aí o Conselho de Educação vai fazer vistoria na UERGS. E se depara com um quadro tenebroso, nas palavras da Zero Hora: "unidades instaladas em espaços inadequados, bibliotecas peladas, professores escassos".

É claro que não podem liberar novas turmas. Dos 72 pedidos feitos pela UERGS entre 2005 e 2008, só 42 foram aprovados. E ainda assim, segundo o Conselho, só pra não prejudicar os alunos que já estavam matriculados.

Voltando ao exemplo de Sananduva, os laboratórios de química e biologia até hoje não foram desencaixotados. Isso mesmo. Segundo a Zero Hora, balanças de precisão, microscópios e outros equipamentos essenciais ao ensino continuam encaixotados porque a grana pra montar os laboratórios simplesmente não foi liberada pelo Governo do Estado.

Não bastassem as míseras condições de trabalho, os salários dos professores são aviltados e as contratações necessárias simplesmente não acontecem porque o Governo Yeda não quer.



Isso tudo se reflete no número de matrículas e de formandos, como se vê nos gráficos a seguir:





Há esperança?

A prefeitura de Alegrete, por exemplo, investiu 100 mil Reais em melhorias da unidade da UERGS instalada no município. Desanimado, o município vê aproximar-se a formatura dos últimos alunos e poucas são as esperanças que nova turma vá se formar.

Com a palavra, o prefeito de Alegrete, Erasmo Guterres Silva, do PMDB:

O governo do Estado quer fechar. Não tenho dúvidas. Tentamos negociar com a universidade, mas só recebemos negativas. É muito deprimente.

Em São Borja, pra manter a UERGS funcionando, a prefeitura cedeu uma área de 1.120 metros quadrados em prédio próprio e assumiu as despesas com internet, luz, água e segurança.

Dos 300 alunos que por lá circulavam, divididos em três cursos, hoje restam apenas 15 de uma mesma turma, assistidos por dois professores e três funcionários.

Mas a prefeitura de Sao Borja não desiste - ah, como seria bom se a gauchada aqui de POA não tivesse perdido esse espírito Farrapo! - e está decidida a promover um novo vestibular. Para isso obteve por escrito o compromisso dos professores de outros polos para lecionar na cidade, oferecendo a eles alojamento e alimentação.

Isso mostra que não há só o interesse, há a necessidade da existência de uma instituição de ensino superior que atenda a regiões onde o ensino pára no segundo grau, ou todo o investimento das redes municipais de ensino vai continuar indo pro ralo dos faraônicos escritórios envidraçados que poluem o horizonte de uma Porto Alegre inflacionada de recém-formados em busca de alguma oportunidade.

Essa massa que as universidades da Grande Porto Alegre despejam nas ruas a cada semestre não está multiplicando geograficamente o conhecimento, não está contribuindo para o desenvolvimento harônico do Estado como um todo, não. Ela se concentra aqui, e se perde em administradores pilotando táxis, engenheiros nas roletas dos ônibus e advogados supervisionando caixas de supermercados.

Por tudo isso obrigado, Yeda. Você é mesmo a mudança que o Rio Grande tanto precisava.

23 de jun. de 2009

FIQUE ESPERTO


Se você tem cachorro, agende o mais breve possível uma visita ao veterinário pra ter seu bichinho testado para a Leishmaniose, mesmo que more em regiões historicamente menos suscetíveis como os estados aqui do Sul. Pior que a H1N1 tão alardeada pela imprensa, a Leishmaniose mata e deixa sequelas dolorosas em suas vítimas.

O agente da doença é um protozoário (o Leishmania), que tem atualmente seis espécies identificadas no país, todas causadoras da doença. A transmissão se dá pela picada dos mosquitos Lutzomyia longipalpis, que a gente conhece como birigui - aquele mosquitinho pequenininho e chato que atravessa até mosquiteiro.

A Leishmaniose é uma zoonose: ela é transmitida de animais para humanos, e como o surto vem se alastrando e tomando conta do país, começa a representar um problema de saúde pública que não devemos desconsiderar.

Nos cachorros, a doença se manifesta primeiro pelo emagrecimento excessivo, aumento do baço e fígado, crescimento exagerado das unhas e feridas cutãneas que nunca cicatrizam. Nem sempre os cães portadores da doença desenvolvem os sintomas e, por outro lado, a leishmaniose é facilmente confundida com a sarna negra. Só um exame laboratorial pode determinar com certeza a presença desse protozoário.

Veterinários em todo o país estão orientados a solicitar de seus clientes autorização para a realização desse exame. Não espere: marque uma consulta e teste seu cachorro o quanto antes.

Por quê?

Porque o tratamento é caro, longo e mesmo com o total comprometimento do dono do animal, os resultados nem sempre são promissores.

Em humanos, os sintomas são similares e as feridas podem deixar a pessoa com a aparência de um leproso. Pra dar uma idéia da letalidade, dos oito casos registrados neste ano em Rondonópolis, um veio a óbito. Isso mesmo: 1 para 8, muito, mas muitíssimo maior que a mortalidade do H1N1.

É por isso que cresce entre as autoridades da saúde pública o entendimento de que a eutanásia de cães contaminados é a melhor estratégia na contenção da proliferação dessa doença.

Mas existe vacina, e os veterinários em todo o país estão orientados a vacinar todos os cães que testarem negativo para a doença.

Uma vacina, e você livra seu cão, a si e a todos que entrarem em contato com vocês dessa doença.

Podemos até culpar o dito aquecimento global pela proliferação da dengue, da febre amarela e agora da leishmaniose aqui no Sul, mas melhor que isso é prevenir: se todos agirmos com presteza, essa doença não vai nos pegar com as calças na mão.

21 de jun. de 2009

#4


Deus acuda quem cedo madruga.

13 de jun. de 2009

DÁ-LHE, BRASIIIIIILLLL!!!!


Leio numa dessa notinhas pequenas que o Brasil é detentor de mais um título mundial, o de maior consumidor de gravatas.

Isso mesmo, gra-va-tas.

Podemos ser pífios consumidores de livros e cultura, mas somos ávidos no consumo de carros, bugigangas, quinquilharias... e gravatas - esse adereço tão supérfluo que chega a ser patético e que serve, quando muito, só pra esconder os botões da camisa.

Há quem diga que a gravata foi inventada pra substituir o cachecol, na fria e úmida Londres do século XIX.

Mas, como sempre, esta é a versão oficial, e como versão oficial não resiste a um minuto de pensamento - ou você acha que mesmo remotamente uma gravata pode substituir o cachecol?

Para se chegar ao fundo dessa história é preciso antes entender que a sociedade inglesa se baseia em um sistema de castas, um apartheid que se reflete até na pseudo-democracia que eles tanto defendem.

Não acredita, pois saiba que o parlamento inglês se divide em duas câmaras: a Câmara Baixa, ou "Câmara dos Comuns" (leia-se plebeus), composta por 646 deputados eleitos por sufrágio universal; e a Câmara Alta ou "Câmara dos Lordes", composta por cerca de 700 membros, que são os Pares do Reino nomeados a título vitalício ou hereditário, e os bispos.

Isso pode arrepiar os cabelinhos da nuca de bons republicanos como nós, mas pra eles é tão natural como correr atrás de um queijo por uma ladeira enlameada.

As castas inglesas são distintas e se misturam tanto quanto azeite e vinagre.

Cada casta tem um dialeto e sotaques próprios, frequenta essa ou aquela escola, esse ou aquele clube (ou de onde é que você acha que veio a idéia dos country clubs com suas bolas pretas?), e naturalmente segue essa ou aquela profissão - ou nenhuma, no caso dos que além da nobreza ainda conservam algum patrimônio. Beleza, hein? Pois é assim que funciona até hoje, mas é claro que como isso não impede que plebeus consumam I-Phones, carros de luxo e quinquilharias à vontade, ninguém dá lá muita importância, afinal política é uma chatice mesmo.

Mas voltando à gravata... Em meados do século XIX ascendia na Inglaterra uma nova casta, a dos escriturários.

Como eles apareceram? O capitalismo que dava então seus primeiros passos rumo à conquista do mundo necessitava cada vez mais pessoas com escolaridade suficiente para fazer a escrita e alguns cálculos básicos (tarefinha mundana demais para ser sequer considerada por um lord). Como os bretões são bons planejadores (nisso eu dou a mão à palmatória), instituiram-se escolas pra educar os filhos dos operários e trabalhadores braçais (via de regra analfabetos).

Assim, em poucos anos o mercado estava suprido por uma de mão de obra barata e ávida pela honra e distinção de se livrar da condenação bíblica do ganharás o pão com o suor do teu rosto.

Igualmente ávidos estavam esses proto-yuppies em se livrar da mais remota associação com suas origens. Era a primeira geração legitimamente de classe média do mundo Ocidental (o mesmo acontecia com os escribas do Egito antigo, mas isso é assunto pra outro post).

Como bons ingleses, logo trataram de buscar uma identidade. E como identidade de classe objetivamente se traduz em linguagem, hábitos e aparência comuns, é isso que buscaram.

A parte da linguagem foi fácil, já que as escolas asseguravam um repertório próprio, o mesmo quanto aos hábitos já que com um pouco mais de dinheiro podiam se dar ao luxo de residir em apartamentos no centro da cidade, mais próximos de seus locais de trabalho e isso foi criando um estilo de vida mais urbano, com algum lazer em pubs e casas de espetáculo e muitos passeios nas praças, aos finais de semana.

Restava a aparência.

Cachecóis eram usados pela plebe desde que se inventou a roca. Baratos, simples e versáteis representavam uma peça-chave no guarda-roupas de qualquer plebeu.

Nobres não usavam cachecóis de lã, mas longos tecidos de seda artisticamente enrolados em volta do pescoço e que ofereciam a mesma proteção, mas com estilo. Eram as tais cravate, corruptela engendrada pelos franceses para croat, pois foram os mercenários croatas recrutados durante a Guerra dos 30 Anos (séc. XVII) os introdutores do ornamento na Europa.

Comprar aquela quantidade de seda ia um pouco além das possibilidades para essa nova classe, cujos salários eram só um pouco melhores que os dos operários e trabalhadores braçais, além do mais, imitar abertamente os lords em suas vestimentas seria no mínimo inapropriado.

Aí apareceu alguém com a brilhante idéia de pegar um retalho menor de seda, dar um jeitinho aqui, uma dobradinha ali, uma costuradinha acolá e voilá! Eis a gravata.

Daí a virar ícone da classe média foi um passo - mas daí a tomar de assalto e virar ícone de consumo aqui em Pindorama, onde por 4 meses faz calor e pelos outros 8 faz um calor de rachar...?

Enfim, cá estamos nós, campeões mundiais da gravata...

Gente, não somos mais subdesenvolvidos: temos uma classe-média forte, estamos quase no primeiro-mundo! Não é simplesmente fan-tás-ti-co???!!! Alvíssaras!

Isso certamente deve ter algum reflexo na cultura, na linguagem, devemos estar evoluindo por aí também, não?

Usando a gravata como pretexto, vou ver o que as pessoas têm a dizer sobre ela, e me deparo com a pérola:

Caro amigo a gravata e uma peça de vestiário masculino que e muito elegante um homem bem vestido com uma gravata bem elegante tem passagem certa em muitos ambientes Beijos

Da autora só digo que não, por incrível que pareça, não é uma gravata.

Ah, se ao menos consumíssemos um livro para cada gravata neste país... um parágrafo, que fosse, mas de literatura mesmo e não auto-ajuda!

9 de jun. de 2009

BESTIALIDADE



Juro que eu pretendia escrever alguma coisa, mas estou enojada demais pra isso. Fica pra depois.

Por hora, meus sinceros votos de vida longa à besta abjeta que vem perpetrando essas barbaridades; e que ela seja tão insípida, fútil, miserável, solitária, desprezível e desgraçada como seus atos sugerem.

6 de jun. de 2009

O VÔO 447


A Air France soube do trágico destino dos ocupantes do vôo 447 às 23:10, quando uma mensagem automática acusou a falha no controle de limitação do curso do leme.

Quando menos de 24 horas depois do vôo ser oficialmente dado como desaparecido Sarkozy apareceu na tv com aquele pronunciamento funestro nós, os sempre otimistas, junto com nosso presidente, nos aferramos à esperança - afinal, Deus é brasileiro, né?

Eles sabiam. Como sabiam que ainda antes de deixar a área de controle do Rio, a aeronave já enviara 24 sinais de anomalias em seus sistemas de bordo.

Foram 24 avisos, gente.

Imagine que você está em seu carro. Tudo bem, ele recém passou por uma revisão e você pega a estrada e, vamos dizer, está seguindo para a Transpantaneira. Você sabe que passadas as últimas pousadas o que o espera são centenas de quilômetros inóspitos sem nenhum bar de beira de estrada ou oficina onde possa buscar socorro. Pra piorar, viu pela tevê que a meteorologia prevê uma forte tempestade bem no meio do caminho. Você vai seguindo, atento ao céu e à paisagem, e já está passando o limite da última grande pousada que avistara à beira da estrada. Aí 24 coisas estranhas acontecem no seu painel de controle incluindo a direção e o odômetro.

O que você faz?

Leio hoje na Folha que às 23:10 de domingo uma mensagem informa que o leme quebrou. A aeronave voava a 840Km/h numa altura de 10,7 quilômetros. Este foi um dos 24 avisos e, estranhamente, só agora parece que as autoridades da França se debruçam sobre esse "pequeno" detalhe. Ao que parece, estavam mais interessadas nas incongruências entre leituras de velocidade e altitude, estranhamente mais relevantes que a quebra do leme.

O que isso me diz? Que a Air France sabia que o vôo 447 jamais entraria no espaço aéreo do Senegal.

Poderia ter intervido?

Poderia ter ordenado ao piloto que se dirigisse ao aeroporto mais próximo ao primeiro sinal de anomalia, mas não o fez. Como não o fez ao segundo, ao terceiro, e por aí vai...

Poderia ao menos ter alertado o controle de terra brasileiro que tinha uma aeronave sua no ar com problemas, mas não o fez - e nisso colocou em risco todo o tráfego aéreo na região.

No que a Air France foi rápida e eficiente foi no tratamento às famílias das vítimas, só divulgando a lista de passageiros mais de 72 horas depois de o vôo ser dado como desaparecido e assim garantindo ser a primeira a contactá-las, tratando de coletar o maior número possível de familiares e colocá-los em isolamento, num ambiente controlado - por ela, Air France -, para "protegê-los" do assédio da mídia, é claro.

Não é do interesse da Air France que as famílias retornem ao convívio social, compartilhando sua experiência com pessoas que não estão vivenciando diretamente o trauma. É interesse da Air France reuni-las num rebanho de fragilizados "acompanhados" por seus especialistas, empenhados em aplicar lentes cor-de-rosa sobre qualquer visão crítica que qualquer familiar porventura venha a ter em relação às reais intenções e ações da Air France.

Ou você não reparou que ainda antes que equipes francesas se juntassem aos esforços de busca e resgate, uma equipe de "especialistas" franceses já desembarcara no Rio para "apoiar" as famílias?

Isso é uma técnica, é sistemático e tem nome: fall out control.

Mais: ontem a Air France pediu a intervenção da OAB/RJ contra advogados que estariam supostamente assediando os familiares.

Não é interesse da Air France que essas pessoas contactem advogados próprios, que discutam o ocorrido com a sociedade, que exponham e busquem respostas alternativas às suas dúvidas e questionamentos.

Não é interesse da Air France que 228 advogados diferentes entrem com 228 processos diferentes nas mais diversas cortes e instâncias, pior, que esse pequeno exército vasculhe seus registros e arquivos munido de ordens judiciais que forcem à abertura de suas caixas pretas, expondo falhas cruciais em seus procedimentos de segurança já em terra.

Não é do interesse da Air France que os destroços do vôo 477 jamais sejam encontrados, particularmente as duas caixas-pretas - ou por que outro motivo será que desde o primeiro momento os franceses têm insistido na dificuldade dessa localização? É um conceito manjado da teoria da comunicação que a redundância reforça e aprofunda qualquer conceito, por mais absurdo que pareça à avaliação crítica mais superficial.

Aliás, onde é que estão as equipes francesas e norteamericanas enviadas para ajudar nas buscas? Onde está o tal submarino todo bam-bam-bam que pode identificar até o sexo duma medusa a mais de mil metros de profundidade? Onde está todo o aparato tecnológico de primeiro-mundo de que eles dispõem? Nas notícias, só se vê soldado brasileiro voando e voando, barco brasileiro navegando e as buscas seguem a olho, e, pior, provavelmente no lugar errado, porque a Air France teria hipoteticamente condições de fornecer coordenadas mais exatas com base em suas próprias leituras, mas aparentemente, não o fez. Ou será que não?

Não sou adepta da teoria da conspiração, mas a coisa aí tá fedendo.

Tudo que eu sei é que é do interesse da Air France que as buscas prossigam pelo maior período de tempo possível, com o maior número possível de contradições e informações equivocadas; e que nesse meio-tempo, as famílias continuem envolvidas no processo, que continuem sitiadas em hotéis sob sua vigilância e isoladas da sociedade por tanto tempo que, quando finalmente retornarem à sociedade, se mostrarão gratas aos cuidados e atenção dispensados pela Air France, e mais propensas a fecharem acordos pífios em troca de um pouco de normalidade.

Todos os esforços que foram poupados em evitar esta tragédia estão sendo agora dispendidos em controlar seus efeitos financeiros. Porque, não tenha dúvidas: tudo se resume a dinheiro.

Às centenas de pessoas vítimas dessa tragédia, meus sinceros votos de paz e luz na eternidade.

Às famílias, meus pêsames e votos de paz e luz para prosseguirem com suas vidas concentrados nas lembranças felizes dos entes que faleceram.

À Air France meus pêsames pela hipocrisia e a firme decisão da jamais embarcar em um vôo seu - que, por sinal, custa 3 vezes mais que na maioria das demais companhias.

E tenho o dito.

29 de mai. de 2009

A BOLA DA VEZ



Depois que o mundo "livre" enterrou a ameaça comunista - lembra que podia ter um até dentro da sua geladeira? -, é a vez dos fumantes - YUK! - essa gente porca e nojenta que além de imundiciar os próprios pulmões ainda tem a audácia de imundiciar os pulmões alheios.

A cruzada já fora antecipada por Hollywood no início da década de noventa naquela antológica cena de um filme de ficção sobre um tira que acorda num futuro distante. A certa altura, num espaçoporto o cara acende um cigarro. Imediatamente toca o alarme e é o maior tandéu. Deus nos acuda: fumar é crime no futuro.

Bem, não estamos muito longe disso.

Não sou nenhuma expert - alguém pode dizer que não sou sequer esperta por ser fumante confessa -, mas já parou pra pensar que todos os produtos que as pessoas usam diariamente e que os primos-ricos do primeiro mundo precisam comprar de nós, os manés, já passaram pela mesma condenação?

Não?

Então vejamos: na década de 70, condenaram o café. Em seguida, veio o ovo e na carona, o açúcar e a carne vermelha, o azeite (à excessão do óleo de soja, menina dos olhos da década de 80 com todos os seus derivados inclusive a horrorosa margarina que, de quebra, veio pra desbancar a manteiga); ao mesmo tempo que taxavam como "saudáveis" os grãos e cereais que costumam produzir em abundância (particularmente os EUA com seus imensos milharais, campos de cevada e aveia. Coincidentemente, foi naquele período que a Kellogg's teve um boom de expansão e se instalou por aqui).

Lembro que a coisa chegou ao ponto de se dizer que sucrilhos era mais saudável que ovo cozido pro café da manhã (ainda ontem li que de acordo com pesquisas recentes, o melhor alimento pro cérebro é justamente o ovo, os cientistas inclusive recomendam que se coma uma omelete por dia); e nós, manés, como sempre imitando: banimos o ovo não só o ovo cozido ou frito, mas também a maionese, que combina o ovo com o azeite de oliva - outro produto que os primos-ricos precisam comprar porque nao têm.

Todas essas campanhas - que em tempo se provaram cientificamente infundadas -, tiveram impacto direto em nossa economia. Nós, os manés, que achamos que eles é que estão sempre certos - afinal, rico não pode estar errado, pode? Perdemos bilhões ao longo das últimas décadas, bloqueando qualquer iniciativa da agricultura de pequeno porte que não fosse a plantação de batatas (e olha que as batatas também vivem entrando e saindo da lista ao sabor da flutuação das bolsas) e hortifrutigrangeiros, que remuneram mal e porcamente, à excessão desses transgênicos produzidos em massa e que não têm gosto de nada, muito menos de fruta.

De fato, à excessão das megaplantações do centro-oeste (verdadeiros mares verdes de soja, mas soja é bom, porque é barata e o gado que os primos-ricos criam pra conseguir isenção de impostos come o farelo); nossa agroindústria comeu o pão que o diabo amassou até mais ou menos a entrada deste 3º milênio, quando finalmente os governos começaram a acenar com algum tipo de fomento e investiram mais na reforma agrária.

E ainda assim, em grande parte os incentivos se dirigiram para as indústrias mais poderosas e organizadas da soja, arroz, café e cana, coincidentemente concentradas no centro e sudeste do país.

A indústria do tabaco se concentra aqui no Sul (RS, SC e PR respondem por 95% da produção nacional) e emprega 200 mil produtores de pequeno e médio porte. Essa turminha aí, banida do Pronaf, faz do Brasil o 1º produtor e o 2º maior exportador de tabaco do mundo. E estou falando em tabaco de qualidade, não os mata-ratos que se vê por aí.

Mas, ah... fumar dá câncer de pulmão!

Ah, é? E a descarga dos carros, ônibus e caminhões não?

Saiba que morar ou trabalhar a menos de 200 metros de qualquer avenida movimentada expõe você ao mesmo risco que fumar mais de um maço de cigarros por dia. Os cemitérios estão cheios de gente que nunca botou um cigarro na boca e ainda assim morreu de câncer no pulmão.

Ah, mas fumar também dá câncer de estômago.

Viver estressado e se alimentar mal também.

Fumar causa câncer de laringe.

Falar muito e alto também - que o digam os professores, particularmente os do ensino médio que precisam passar a matéria aos gritos.

Viver dá câncer.

Nem os médicos sabem com certeza o que causa o quê. Tudo que se tem a afirmar até o momento é que á uma correlação entre o fumo e a incidência de câncer.

Há uma correlação também entre a depressão e o câncer, entre o stress e o câncer; entre a solidão e o câncer, entre o sedentarismo e o câncer.

Não estou aconselhando ninguém a fumar. Apesar de ser fumante, se pegasse um dos meus filhos com um cigarro na boca ia rodar a baiana.

O que eu critico é essa histeria coletiva, essa doença de rebanho que a sociedade tem, o excesso de neurônios-espelho que andam à solta por aí. Levantei esse assunto porque estou começando a me irritar com a rádio repetindo a cada 10 ou 15 minutos um libelo contra os malefícios do tabaco, e de como ele leva às outras drogas, que ele é a causa de toda a sorte de doenças físicas e emocionais.

A hipérbole de hoje sustenta que o tabaco causa depressão e stress. Mentira! O que causa depressão e stress nas pessoas é a doença do consumismo, mas a cura pra essa doença não interessa ao Estado e muito menos ao mercado, porque afinal, quanto mais endividados e temerosos de perder nossos empregos e posses, mais propensos nos tornamos a abrir mão das liberdades individuais e nos fundir nessa massa amorfa que vota, paga imposto, vive gradeada, isolada e empoleirada em arranha-céus, vendo o mundo pela tevê e limitando suas saídas ao trabalho e aos shopping-centers - e isso é bom pra qualquer Estado e, de quebra, pro (mal)dito mercado, já que como não andamos pelas ruas, ignoramos a existência da diversidade do comércio de calçada e concentramos nossas compras em coisas produzidas, anunciadas e vendidas maçiçamente. Somos diariamente ludibriados, desperdiçando nosso suado dinheirinho nos 100, 200% a mais que eles cobram só por serem "marcas".

É muito mais fácil seguir a onda e odiar o fumante arrogante que anda poluindo o seu ambiente por aí do que assumir a responsabilidade de ser um indivíduo.

Além disso, fumar, que já foi o fino da bossa no pós-guerra, saiu de moda. É careta. A moda é cuidar do corpo, malhar, correr, comer coisas saudáveis (seja lá o que for que a mídia da moda, sustentada pela indústria da moda disser que é o "saudável" do momento).

Será que a essa altura você ainda não desconfiou que a sociedade global está estendendo um tapete vermelho com brocados de ouro para o totalitarismo?

Não aquele totalitarismo cara-amarrada, tipo Stálin ou Coréia do Norte. É o totalitarismo gente-boa do marketing corporativo sempre atento às suas (leia-se deles) necessidades; o totalitarismo à Colgate que deixa seus dentes mais brancos e seu sorriso mais brilhante e caça você em casa, nos finais de semana oferecendo crédito ilimitado sem taxas anuais e ainda de quebra lembra que o carro que você ainda vai pagar por 5 anos não é mais o modelo do ano, que o apartamento que você ainda vai pagar por uns 20 anos não é aquela cobertura na Gávea, que seu corpo não é o modelo de perfeição e requer um extreme makeover que vai custar aí mais uns dois ou três anos de prestações.

É o mesmo marketing que aconselha amigavelmente que você se dedique de corpo e alma, 24 horas por dia à carreira, que seja proativo a invista no seu marketing pessoal e que seja um empreendedor, mesmo que seja pra ser professor. Ah, a invista em cursos, especializações e seminários, afinal o ensino é outro ramo altamente rentável do mercado - ou de onde será que veio a grana pra PUC aqui de POA dar o pontapé inicial na instalação de um aeromóvel pra ir do salão de atos até o hospital São Lucas?

Mas você não vê nada disso, certo? (Aconselho a essa altura que assista ao filme THX 1138, que em 1971 anteviu num clima apocalíptico o fim dessa estrada. É de longe a melhor coisa que o George Lucas já fez.)

Mas, voltando ao assunto, claro que não. Você está ocupado demais tentando equilibrar o orçamento, conseguir aquela promoção e trocar de carro ainda antes das férias de verão.

E se já tirou essa parte de letra, a mídia está aí pra lembrar que você também precisa investir (pesado) no corpo, na beleza, na saúde (aliás, tem até revista chique mostrando como os socialites fazem pra se manterem bonitos e saudáveis, vi outro dia no dentista) e... veja só, que coincidência: praticamente todas as megaempresas globais dos primos-ricos têm ramificações e pesados investimentos nesses setores.

Mas que coisa, né? E você só queria ter aquele bum-bum arrebitadinho, aquela barriguinha chata e se livrar daqueles pés de galinha, pra chegar nos 50 com o corpaço sarado da Madonna.

Mas é chique, né? Encontrar as amigas todas correndo no Parcão de manhã cedo com a garrafinha de água a tiracolo e o I-Pod berrando um bate-estacas - o quanto se poluiu o ambiente pra produzir aquela garrafinha pet azul tão charmosa não conta, nem quantas criancinhas lá nos confins do mundo foram escravizadas pra confeccionar o tênis Nike importado.

Vamos acordar o senso crítico, gente!

Estão nos vendendo gato por lebre e isso já vem há décadas, é planejado, programado e executado de forma consistente e sistemática.

Se continuar assim, vamos acabar como os personagens do filme, sonambulando entre o trabalho e o descanso, com câmeras instaladas pelo Estado em nossos armários de remédios pra supervisionar nossa dose diária de antidepressivos, ansiolíticos e contraceptivos.

#3


Cão que ladra não dorme.

28 de mai. de 2009

#2


Diga-me com o que rodas, e eu te direi quem és.

#1


Em terra de cego, quem tem olho fica louco.

RODÍZIO DE PRESOS


A idéia começou no espeto corrido, passou pra pizza, pro pastel, foi promovida ao trânsito e agora chega ao sistema penal com o rodízio dos presos no semi-aberto.

A "sociedade" dita honrada (aqui não contam a sonegação, a esperteza, as infrações de trânsito e os pequenos delitos da malediscência e trapaças pra subir na carreira, os arregos pra arregar um empreguinho em estatal ou um CC e por aí vai...) eriça os cabelos de revolta: Lugar de preso é na cadeia! Se não tem como prender é melhor matar! Há até quem vá além e afirme sem titubear que sente saudades dos esquadrões de morte do tempo da ditadura.

Bela sociedade a nossa: temos um executivo que não executa, um legislativo que não legisla e agora um judiciário que bota bandido de volta nas ruas. É outra roda quadrada.

Mas, gente, vamos usar o bom senso. Olhe bem a foto acima, de Daniel Marenco (a galeria completa pode ser vista aqui). As ruínas acima são o nosso presídio central, onde quase cinco mil infelizes se espremem num espaço projetado para menos de dois mil. Não dá. É pra essa coisa aí que nós gaúchos, os mais esclarecidos, os mais bam-bam-bam os mais mais do Brasil e etc e tal mandamos nossos presos. E aí reclamamos da alta taxa de reincidência.

Essa coisa é muito pior que a Bastilha ou a masmorra de onde o Bento fugiu pra tomar a frente da nossa briosa revolução.

Esse horror acima é uma pá de cal em qualquer intenção de recuperação. Não tem como passar mais de uma semana aí dentro e não ficar revoltado até a medula, querendo pular no pescoço do primeiro desavisado que passar faceiro no ar-condicionado do seu carro importado com assentos de couro legítimo.

Essa aberração vai contra a nossa Constituição. Ah, não? Então veja o que diz o parágrafo 5º:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;(...)


Tá lá, escrito e assinado por um monte de gente, pra todo mundo ver - inclusive, recomendo sua leitura, até porque por lei ninguém neste país pode alegar em sua defesa o desconhecimento de qualquer lei, quanto mais da Constituição... Enfim, sendo a Constituição um conjunto de princípios hierarquicamente superiores a todas as leis contidas nos códigos civil, comercial, tributário, penal e por aí vai (haja jurista pra aplicar tanta lei neste país), cabe à sociedade (leia-se magistratura) sua interpretação.

Entender que o princípio geral que institui que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante, se sobrepõe à regra específica da execução penal é, pra dizer o mínimo, usar do bom senso; é, de fato, aplicar a Constituição ao pé da letra, como devia sempre ser aplicada.

Resolvida a querela jurídica, chegamos ao xis da questão:

Como chegamos a esse ponto?

Po-li-ti-tica.

Assim mesmo, porque nossos políticos são umas titicas, e como governantes são titicas de elefante. Culpa deles? De jeito nenhum: eles são a cara da sociedade, nos representam em número, gênero e grau.

Ou a Yeda não é a cara do Rio Grande?

Bota a mão na consciência: é sim. Vivemos das aparências, dos preconceitos, da esperteza, de enganar os outros e compensar tudo isso com uma vaidade ufanista devidamente embalados pela pífia e esquizofrênica retórica da superioridade gaúcha. Que superioridade, cara pálida? O Nordeste tá dando de pau na gente há anos! Pra não falar em Minas Gerais: Belo Horizonte é muito mais primeiro mundo que nossa triste, imunda, feia e fedorenta Porto Alegre. (Isso pra nem falar em Curitiba que, quando eu era criança era menor, menos desenvolvida e economicamente menos importante que Pelotas).

Do aforismo do Barão de Itararé, ao que parece, optamos pela locupletação.

Se a gente não olha pra frente, a verdade acaba nos mordendo pela bunda, diz o ditado que acabei de inventar.

E está nos mordendo agora: o Executivo falhou (e vem falhando retumbantemente não de ontem, mas há décadas) em apresentar alternativas eficientes a humanas ao sistema prisional administrado pela Justiça.

É como você guardar o salário no bolso, exigir que sua mulher continue fazendo o rancho do mês e não deixar que ela trabalhe fora. Não tem como botar comida na mesa.

Sem outra alternativa, a Justiça gaúcha botou o bode na sala. E, como era de se esperar, deu a maior gritaria. Pois saiba você que há anos a magistratura vem se defrontando silenciosamente (como é de sua natureza) com esse problema. Há anos juízes e corregedores vêm alertando a sociedade para o estado precário das instituições prisionais, mas o Estado quer privatizar o sistema do mesmo jeito que os yankees fizeram décadas atrás (eles não são bárbaros? São ricos, têm tv a plasma, aquelas casas enormes todas com piscina... Não têm sistema universal de saúde, mas quem se importa?... E Las Vegas? Um luxo! O quê? Você nunca foi a Las Vegas? Nunca visitou Miami ver a Disney? Pf! Seu terceiromundisa!); por isso é que quando bota um tostão é só pra tirar fotografia e dizer que tá fazendo alguma coisa.

Pode esperar: os liberais já andam sondando a opinião pública sobre a privatização do sistema carcerário, daí a ser parido um projeto de lei é só um passo. Porque é isso que liberal faz: no legislativo, emperra qualquer iniciativa de otimização do Estado e faz campanha dizendo que o Estado é um elefante branco, aí chega no governo com propostas de mudança que só servem pra inviabilizar a máquina estatal, vira pra gente e diz: Viu? Tem que privatizar! e aí privatiza. Ou não foi isso que o Brito fez com a CRT? Um pouco mais e lá tinham ido o Banrisul e a CEEE.

Não se engane: a Justiça é atribuição do Estado, de cabo a rabo. A solução não passa pela privatização, mas por uma reformulação do sistema, concentrando na Justiça também a administração dos presídios, com a devida dotação orçamentária (que, por sinal, existe mas não é respeitada pelo Estado).

Se à magistratura cabe administrar as penas, a ela deve caber também a construção, administração e manutenção dos presídios; e não ao Executivo, esse poder circunstancial preocupado tão somente com licitações e nomeações onde e quando haja o benefício de alguma propina ou prospecção de votos.

Aqui eu paro pra coçar atrás das orelhas e do fundo do peito vem o grito:

TÁ TUDO ERRADO, GENTE! VAMOS ACORDAR ENQUANTO É TEMPO!

Uffffff!... suspiro... vamos em frente...

Mas não se preocupe: como a Justiça está relativizando a aplicação das penas, os pequenos delitos em que incorremos em nosso dia-a-dia de bons brasileiros, e os crimes de trânsito que arriscamos cometer dirigindo como dirigimos; estelionatos, corrupção e crimes de lesa-patrimônio em geral vão acabar levando um puxão de orelhas, duas Ave-Marias, um Pai Nosso e você vai estar livre pra fazer tudo de novo.

Ah, porque me ufano deste país...?!

OOOOOPS!


Ou a moça da foto é uma mestre (e bota mestre nisso) do contorcionismo, ou o "criativo" do Photoshop não entende nada de anatomia. Lembra um daqueles desenhos do Tom & Jerry, quando o Jerry corta o Tom ao meio e as pernas saem andando por aí.

É no que dá quando operador de Photoshop se arvora no mercado como ilustrador, sem a menor noção de perspectiva e anatomia.

Gente, profissionalização não é só seguir direitinho os tutoriais online. Se não quer estudar, leia alguns livros, se tem preguiça de ler, pelo menos se habitue a olhar atentamente o trabalho de artistas sérios. Não precisa nem ir aos museus: está tudo aqui, na internet.

21 de mai. de 2009

A RODA QUADRADA


- O trânsito está impossível!

Das gigantescas off-roads 4x4 (será que alguém precisa um 4x4 pra rodar no asfalto?) aos pequeninos Corsas, passando pelas lotações e coletivos a opinião é unânime: o trânsito em Porto Alegre está de enlouquecer e, como sempre, o problema são os outros. Porque são sempre os outros, né? Nunca somos nós, mesmo quando ligamos o carro de manhã cedo e nos torturamos no engarrafamento pra deixar o carro o dia inteirinho mofando num estacionamento (pago) enquanto nos enlatamos num escritório pra trabalhar... Mas, ai, andar de ônibus é capitis diminutio.

Minha rua é um bom exemplo: a imensa maioria dos carros que estacionam em ambos os lados da rua chegam pela manhã e saem ao final da tarde. O resto do dia passam ali, paradinhos, ocupando espaço. E isso que estamos a menos de 100 metros de uma das principais artérias de Porto Alegre, provida por dezenas de linhas de coletivos e lotações oriundos dos mais diversos pontos da cidade, passando com uma frequência média de 5 minutos, e a mais ou menos 400 perimetral que une a zona sul à BR 116, com suas respectivas linhas de ônibus - se não tem mais, é porque ninguém cobra, ninguém quer.

Autoridades e especialistas arrancam os cabelos tentando fazer girar essa roda quadrada.

Vai fazer o que, alargar ainda mais as vias? Praticamente o que tinha pra alargar já foi alargado. Mais que isso, e os carros estarão passando por dentro de prédios e apartamentos - não cito as casas, porque são uma espécie em extinção.

E é assim mesmo: quanto mais se abrem novas vias e se alargam as existentes; quanto mais se constroem túneis e viadutos, mais carros passam a circular. Só em 2008, a frota de veículos particulares rodando pelas ruas de Porto Alegre aumentou 30%. As perspectivas são sombrias: em menos de 10 anos se estima que o trânsito nesta cidade vai simplesmente parar.

Culpa das autoridades? Culpa da indústria automobilística? Que nada!

A culpa é nossa mesmo: é a nossa burrice, o nosso imediatismo e o nosso deslumbramento infantil com qualquer coisa que tenha um motor e quatro rodas. Tamanho é esse deslumbramento que nas ruas o ditado é diga-me com o que rodas e eu te direi quem és.

A tal ponto vai esse delírio que tem gente, e não são poucos, que economiza na saúde, na comida e até na educação dos filhos pra pagar as prestações do carrão. Duvida? Como é que aquele cara morando naquele muquifo sai todo o dia de manhã cedo naquele carrão encerado até nas rodas?

É nas ruas, entre a escravidão do emprego mal remunerado e sujeito às mudanças de humor do chefe-feitor e a mesmice do casamento xôxo e superficial tocado de barriga por conveniência que o nosso "herói" vira batman e pisa fundo pra viver sua fantasia de sucesso social.

Essa equação não isenta em absoluto as mulheres, que usam o carro como expressão de moda. A moda agora são as grandes camionetes e Deus nos acuda, porque nós mulheres - apesar de toda a gritaria das feministas - dirigimos como mulheres: nós temos um handicap genético na visão espacial: somos péssimas em avaliar distâncias quando paradas e piores ainda pra calcular tempos de intervalo entre veículos em movimento.

Não acha?

Já reparou que ao chegarem num cruzamento as mulheres tendem a parar, olhar os carros avançando e arrancar no último instante, forçando os carros que se deslocam pela via a frear e diminuir a marcha?

O caos do trânsito é feito por nós, não pelos políticos e administradores públicos.

Enquanto objetos como automóveis forem vistos como panacéias pras nossas mazelas, revestidos com uma carga emocional que mascara sua natureza meramente utilitária; o trânsito vai continuar se complicando exponencialmente.

Isso acontece porque enquanto os técnicos raciocinam em termos do espaço físico ocupado pelos veículos nas ruas da cidade; no dia-a-dia essas ruas projetadas cientificamente têm que acomodar também o espaço inviolável ocupado pelos veículos, que obedece a uma lógica absolutamente alheia aos conceitos da engenharia de tráfego, a lógica emocional.

Não concorda?

Pois já está cientificamente provado, por exemplo, que pessoas ao volante de carros de luxo se mostram menos propensas a dar preferência e mesmo respeitar as leis de trânsito.

Já viu algum Mercedes rodando pacientemente atrás de uma fusqueta ladeira acima? Eu não. O que vejo sem excessões é a Mercedes acelerar e forçar a ultrapassagem de qualquer jeito.

Mas os carros de passeio mais acessíveis não estão livres dessa maldição, afinal o "valor" do carro é sempre o resultado do investimento financeiro potencializado pelo investimento emocional - o quanto ansiamos por aquele objeto, o quão criteriosamente o escolhemos, os sacrifícios que fizemos para adquirí-lo, as frustrações e ansiedades que sublimammos, as ilusões de sucesso e ascenção social que fantasiamos e por aí vai...

Houve um tempo em que eu sentia o carro do mesmo jeito que a maioria das pessoas. Tive meu breaking point uma noite voltando da rodoviária depois de dar uma carona à minha prima. Na subida da Garibaldi um taxista me fechou de um jeito que eu quase subi no meio-fio (e olha que é uma subida e tanto!). O sangue ferveu. Meti uma primeira e arranquei fritando os pneus. Emparelhei com o dito na Independência, na altura da esquina da Santo Antônio e devolvi o obséquio. Aí foi a vez dele ficar louco da vida e seguimos num zigue-zague kamikaze em alta velocidade pela Mostardeiro - por sorte eram 11 e meia de uma noite de inverno e o trãnsito era quase zero. Pra dar uma idéia da velocidade que seguíamos, ao chegar na lomba da Mostardeiro (aquela do friozinho na barriga) meu carro voou literalmente, indo aterrisar quase na entrada do estacionamento do parcão, espalhando fagulhas pelo ar quando a descarga tocou o chão. Quando freamos na sinaleira da Goethe, meu coração devia estar a mais de 240 por minuto. Nos olhamos como gladiadores inimigos de morte e aí eu sorri e acenei, arrancando quando o sinal virou para o verde. Segui pela Mostardeiro e ele foi na direção da Dr. Timóteo.

Foi naquele aceno que eu soube que isso nunca mais aconteceria. Daquele dia em diante, sempre que alguém força uma entrada à minha frente, tiro o pé do acelerador e deixo: não nasci pra ser a Nêmesis de ninguém.

Mas aquele episódio me fez parar e pensar.

Por quê?

Sou em geral uma pessoa razoavelmente calma e racional, pelo menos para nós latinos. Já então tinha por hábito respeitar as passagens de pedestres, reduzir em frente às escolas e tudo o mais que um bom motorista deve fazer. Me considerava uma boa motorista e, igualmente, uma boa cidadã votante, pagadora de impostos e tudo o mais. De onde então veio aquela súbita explosão da mais absoluta irracionalidade, aquele comportamento bestial, aquele rompante de pura psicose?

Na época, eu passava por uma fase difícil com problemas financeiros e familiares, receita certa pra uma explosão de agressividade. Ainda assim, se o sujeito tivesse pisado no meu pé na rua, eu não teria reagido com um chute; ele pediria desculpas, eu aceitaria e nos despediríamos desejando uma boa noite. A explosão veio do carro - na época um flamejante Passat preto 1.8 com cara de mau e som de 100W da Bosch, o "batmóvel" que eu dirigia com orgulho arrancando olhares invejosos de outros motoristas e elogios e propostas de compra em todo o posto onde parava pra abastecer. Aquela atenção e, porque não dizer respeito, servia como amortecedor pra boa parte da minha angústia existencial, o que ampliava consideravelmente o "espaço inviolável" que meu carro devia ocupar nas ruas.

Quando rebaixados a meros pedestres, temos um espaço de mais ou menos 50cm ao nosso redor que consideramos o "nosso" espaço. Só nossos amigos, amores e conhecidos têm permissão pra violar esse espaço.

Usamos o mesmo princípio para determinar o "espaço inviolável" de nossos veículos, mas aplicando uma fórmula muito mais complexa, que resulta da proporção entre o investimento financeiro e emocional que fizemos no veículo à razão exponencial de nosso estado emocional do momento.

Naquela noite especificamente, meu "batmóvel" tinha um raio de mais ou menos 10 ou 20 metros. Era minha "conquista", o "carrão" tão ansiado que eu dirigia com orgulho por aí com o som a mil. Além disso, era uma noite fria, em que eu me vira forçada a sair no meio de um bate-boca doméstico porque já tinha me comprometido a levar minha prima à rodoviária. Desta forma, cada centímetro avançado por aquele taxista dentro do meu espaço inviolável foi sentido como uma agressão física. O empurrão para o meio-fio a menos de 40cm de distãncia do meu pára-choques foi sentido como uma violenta (e gratuita) bofetada na cara.

E eu reagi proporcional e irracionalmente.

O mesmo se aplica quase que invariavelmente a qualquer motorista à solta pelas ruas, e não importa muito se o carro é do último modelo ou uma fubeca caindo aos pedaços: é o investimento emocional, a necessidade de afirmação social somados às nossas angústias e frustrações cotidianas que determinam desde a opção de usarmos o carro como veículo principal de transporte mesmo para deixá-lo mofando o dia inteiro em um estacionamento pago até o raio de "espaço inviolável" que atribuímos aos nossos veículos e que determina nossa maior ou menor propensão a dirigirmos como psicopatas.

É o fatídico "elemento humano" e é por isso que o trânsito nas cidades é uma roda quadrada. O único caminho para um trânsito racional e seguro passa por um amadurecimento emocional da sociedade e uma reformulação de valores que estamos a anos-luz de atingir.

Portanto, meu amigo, se prepare porque a coisa só vai seguir de mal a pior.