Muito esclarecedora a explicação da SMAM para não estar mais efetuando a poda da erva de passarinho nas árvores de Porto Alegre (publicada no Jornal Petrópolis, encartado na Zero Hora):
Na década de 90, do total da arborização de Porto Alegre - cerca de 1 milhão de árvores -, aproximadamente 70 mil foram atacadas por erva-de-passarinho, ou seja, esse número de vegetais deveria ser submetido a podas, durante o inverno, para a remoção da erva, tarefa que custaria não menos que R$ 21 milhões (valores atuais) e que certamente seria infrutífera, pois essas mesmas árvores seriam repovoadas ao longo dos anos. Logo, as práticas mais indicadas são a do convívio com a erva-de-passarinho (que tem, como seu próprio nome diz, importância como fornecedora de alimento para a avifauna) e a realização de podas de controle apenas quando há possibilidade de recuperação da árvore, com a gradual substituição das espécies suscetíveis (normalmente exóticas) por outras não atacadas, como já vem sendo feito há pelo menos 10 anos e ocorreu recentemente na região de Petrópolis.
Ah, então tá explicado, hein? Pois é... Mentecapto administrando o Estado como se fosse a iniciativa privada dá nisso! A próxima coisa que vão dizer é que não vale a pena manter postos de saúde, porque as pessoas são tratadas, mas as doenças acabam sempre voltando, e isso gera custo sem perspectiva de retorno - empresa só funciona na perspectiva do retorno, certo?
Olho com tristeza o velho plátano em frente à minha janela. Ele já estava aqui muito antes que os tataravós dessa corja liberal mal-intencionada que acaba de condená-lo à morte.
O que fazer? O que fazer?
Meu grito não encontra eco, pois as pessoas estão preocupadas com a segurança, com os roubos de carros, em se cercar de grades, alarmes e sistemas de monitoramento à distância. E se não estão, é porque já se mudaram pra um imponente arranha-céu, devidamente cercado de grades e guaritas. "Danem-se as árvores, queremos é segurança para nossos carrões e tevês de plasma!!", urra a voz insana do consumo.
E nisso nossas vidas vão ficando sérias, cinzas, tristes e vazias. Ah, mas temos dinheiro. Yes, nós temos bananas.
Pensando bem, meu plátano aqui já viu dias melhores e talvez seja mesmo hora de partir se, ao que parece, sua única função neste mundo é fornecer sombra aos carros flex (sempre pretos, cinzas, brancos ou vermelhos).
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