25 de ago. de 2008

ORLAN E OS LIMITES DA BELEZA

Ela é artista, pintora, performista e multimídia da carnal art. Por 20 anos se especializou na iconografia feminina do barroco. Então deu o salto.Em meados da década de 90, sofreu a primeira "interveção artística".

Desde então foram diversas cirurgias, culminando no visual da foto acima.

Sua preocupação: o que define culturalmente a "beleza". O que ela pretende com sua arte?

Creio que dar um exemplo, particularmente para a mulher, trazer à luz sua luta com o DNA que determina sua aparência. Isso é um problema hoje em dia.

A foto abaixo mostra algumas das telas que compõem uma mostra enfocada nas interferências estéticas impostas a indivíduos de várias culturas para a obtenção de um ideal estético ou de distinção. Todas usam a própria Orlan como modelo.


Até onde vai nosso cérebro quando deixamos que assuma o pleno controle submetendo nossos corpos à sua vontade - seja ela qual for? O vídeo abaixo retrata a trajetória de Orlan da Índia aos EUA. Não assista se for sensível a salas de operação. São 74 minutos, mas no final a própria Orlan fala de sua arte. Intrigante, instigante, revoltante... algo para assistir e refletir. Recheado do indefectível metadiscurso intelectual que usa e abusa da adjetivação para compensar a falta de conteúdo. A impressão que se tem é que ninguém, inclusive a própria Orlan, tem a menor idéia do que está falando. Mas, certamente, tudo é muito bem falado, e, na maioria, em francês.



Meu corpo se tornou um espaço de reflexão. O que eu fiz foi usar a cirurgia para fazer um auto-retrato pessoal, mas sei que foi forte demais, radical demais.

Esta semana ela está no Brasil, num ciclo de palestras que já passou por Salvador, segue hoje por São Paulo e termina na sexta, no Rio.

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