6 de abr. de 2008

MIGRAÇÃO E CRIMINALIDADE




Alguém já reparou que a grande maioria dos criminosos na ativa aqui no Sul é composta de filhos de migrantes, usualmente ex-pequenos proprietários rurais que migraram para os grandes centros urbanos em busca de melhores oportunidades?

Há por aí um certo consenso ligando a ausência de autoridade com o desvio social.

Volto os olhos para essa legião de migrantes que não deixou para trás apenas uma história de vida, mas a própria noção de valor e individualidade; indo se entreveirar na selva de concreto, um mundo hostil e no qual seus saberes não têm valor algum.

Que autoridade pode reter um pai, uma mãe, numa situação dessas? O processo de adaptação que, para os mais jovens pode ser questão de meses, requer anos, décadas de um adulto.

A própria sociedade desautoriza os migrantes perante seus filhos, pois nada do que trazem em sua bagagem tem valor ou sentido na urbe. Seus saberes são desautorizados, sua cultura não tem valor, seus costumes são "caipiras".

Talvez aí esteja uma pontinha solta nesse novelo de insegurança que nos enrola a todos. Talvez se olharmos mais de perto e com mais atenção, possamos encontrar e desatar esse nó antes que as luzes se apaguem para a civilidade em nosso meio.

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