Ando meio sem assunto. Toda a vez que eu entro no fêicebuqui vejo tanta gente criticando e reclamando de tanta coisa séria, relevante e importante; que sinto diminuída minha humilde cruzada utópica pela felicidade de cada um pensar por si e cuidar da própria vida e deixar os outros pensarem e cuidarem das suas como lhes aprouver.
Então, para hoje, ao invés de alguma coisa dita por alguém que já sabia tudo e cuja sabedoria adiantou tanto lá como aqui; resolvi contar uma piada. É assim:
O sujeito, que não era nenhuma flor que se cheire, morre e vai pro inferno. De chegada, o recebe um aspone pobre-diabo, que informa:
- Pro seu caso tem dois infernos para escolher: o inferno suíço ou o inferno brasileiro.
- Qual a diferença? - pergunta o sujeito que não era nenhuma flor que se cheire.
- No inferno suíço, as acomodações são de primeira: ar- condicionado, decoração requintada, pratos de louça, talheres de prata... sabe como é... por tudo isso, você tem que comer um pires de merda por dia.
- E no brasileiro? - pergunta o sujeito que não era nenhuma flor que se cheire.
- No inferno brasileiro as acomodações são de segunda: não tem climatização, pratos e talheres são de plástico, a decoração é barata e todo mundo tem que comer três tijelas cheias de merda por dia: uma no café, outra no almoço e outra no jantar.
Sem titubear, o sujeito que não era nenhuma flor que se cheire escolhe o inferno suíço.
O aspone o conduz então por um estreito corredor, abre uma porta e o empurra para o interior de uma ampla sala confortavelmente decorada, com lareira e tudo.
Como bom brasileiro, o sujeito que não era nenhuma flor que se cheire, trata logo de se inteirar e fazer amizades, mas os tristes e cabisbaixos internos daquele inferno, confortavelmente instalados em sofás, poltronas e chaise-longues não estão pra conversa: só suspiram e olham para o vazio.
Um tanto aborrecido, ele vai andando pela sala, testando a maciez dos estofados e decidindo onde se instalar quando repara no alarido que vem do outro lado do muro baixo com cerca elétrica que separa o luxo organizado do inferno suíço de um caótico amontoado de gentes cantando e se esbaldando às gargalhadas.
- Eí, você aí! - grita o sujeito que não era nenhuma flor que se cheire - Que inferno é esse aí de vocês?
- Ah, este é o inferno brasileiro! - exclama o outro condenado com um sorriso.
- Como é que é? Aqui o pessoal come um pires de merda por dia, e todo mundo só faz suspirar e olhar pro teto! Me disseram que aí a gente tem que comer três tijelas por dia... por quê tantra festa!?
- Porque é o inferno brasileiro, meu! - o outro condenado dá de ombros - Um dia falta lata, no outro falta merda, no outro acabou o gás do fogão, no outro é feriado, no outro o diabo que distribui as tijelas nem aparece pra trabalhar... é só festa!
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