5 de dez. de 2012

NASRUDIN E A VELA




Nasrudin um certo dia apostou com as pessoas do vilarejo que conseguiria sobreviver a uma noite nas montanhas em pleno inverno sem fogo ou cobertas para se aquecer.

Aceita a aposta, munido de um livro e uma vela, ele partiu para as montanhas.

Pela manhã, enregelado a bater os dentes, Nasrudin voltou à aldeia indo direto coletar as apostas.

- Você tinha com que se aquecer? - perguntou o estalajadeiro, que apostara grande quantia contra Nasrudin.

- Nada. - redponde o Mulla.

- Nem mesmo uma vela? - insiste o açougueiro que também apostara uma boa quantia de dinheiro.

- Bem, eu levei uma vela para poder ler.

- Então perdeu a aposta! - decidiu o juiz, que como os outros também apostara bastante dinheiro.

- Pois bem... - Nasrudin deu de ombros se afastando sem argumentar.

Alguns meses depois, Nasrudin convida algumas pessoas para um jantar em sua casa. O estalajadeiro, o açougueiro e o juiz, entre outras pessoas se encontram na sala conversando e esperando a comida.

Horas se passam, e nada de comida. Nasrudin faz o melhor para entreter seus hóspedes, e tratando-se ele de um Mulla, ninguém ousa cometer a indelicadeza de interromper a prosa para indagar sobre o jantar.

Já passadas as onze horas da noite, Nasrudin convida:

- Vamos ver se o jantar já está pronto?

Todos se levantam seguindo-o à cozinha.

Lá, para surpresa geral, deparam-se com uma imensa panela cheia de água fria sob a qual ardia uma pequena vela.

- Oh, não está pronta ainda. - suspira Nasrudin - Não entendo: está no fogo desde ontem!

(imagem: miniatura de Nasrudin Hodja so século XVII, autor desconhecido)

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