5 de out. de 2008

CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA


Ela podia ser eu, você, sua prima, sua vizinha... Tinha dois filhos e estava reconstruindo a vida depois de uma relação frustrada, como acontece a tantas de nós.

Tudo acabou na madrugada de ontem, quando um incêndio criminoso vitimou Cinara e seus dois filhos - Rafael, 10 anos e Eduarda, 6.

A polícia suspeita do ex-marido contra quem ela havia registrado várias queixas de agressões físicas.

Não é o primeiro caso e, infelizmente, não será o último.

Quando é que as "autoridades" vão entender que o registro de queixa na delegacia já é o último recurso da mulher vítima de ameaças e/ou agressões, que representa, objetivamente, uma situação de risco imediato à integridade física dessas mulheres e suas proles?

Cinara (bem como a grande maioria das vítimas desse tipo de crime hediondo) havia buscado amparo no Estado que ela, como eu e você, sustentava com seu voto, e pelos impostos e taxas que pagava.

Este limitou-se a arquivar suas queixas, permitindo que a escalada de ameaças, abusos e agressões prosseguisse impunemente. Agora a polícia caça o criminoso. A história de Cinara e suas crianças não devia ter acabado assim.

Até quando?

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